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Polícia prende oito suspeitos de participação em série de ataques no Ceará

Carlos Madeiro

Colaboração para o UOL, em Maceió

19/07/2016 20h07

Oito pessoas foram presas acusadas de participação na série de atentados contra forças de segurança e a ônibus no Ceará. A Polícia Civil também informou que outras 30 pessoas foram identificadas -- entre elas detentos de presídios.  

Entre a última quarta-feira (13) e esta segunda-feira (18) foram 15 ataques contra autoridades policiais no Ceará. Dois policiais foram baleados, sendo que um morreu, e delegacias, carros de polícia e a sede da Guarda Municipal de Fortaleza foram atacados, além de seis ônibus incendiados.

“Desde novembro [quando foram registrados outros ataques atentados], já foram 42 pessoas pressas. "Dessa última semana oito pessoas foram presas. Eles tem envolvimento com incêndios a ônibus e ataques a policiais”, disse o delegado-geral da Polícia Civil, Raimundo de Sousa Andrade Júnior.

Sobre os últimos atentados, o delegado afirmou que, na semana passada, operações nos presídios apreenderam 504 aparelhos celulares. A atuação da Polícia Militar dentro dos presídios, inclusive, seria a causa da revolta de detentos --que estariam ordenando ataques nas ruas do Estado.

O delegado confirmou que facções criminosas atuam nos presídios participaram dos atentados e relevou que elas têm uma característica diferente no Estado. “Observa-se que facções, que historicamente são inimigas, aqui no Ceará elas resolvem se irmanar”, explicou, citando que siglas como CV (Comando Vermelho) e PCC (Primeiro Comando da Capital) teriam integrantes também no Estado.

Resposta a bilhete

Andrade também comentou um bilhete deixado por criminosos em um dos ônibus incendiados, em Fortaleza. Na mensagem, o "crime do Estado do Ceará" --como assinam a carta-- diz que, se o governador (Camilo Santana, do PT) "não parar com a opressão dentro do sistema penitenciário, se não tirar esses policiais de dentro da cadeia, vamos transformar o Estado do Ceará no caos e não vai ter mais paz". A carta cita ainda que há presos sendo "espancados, oprimidos e mortos" nas cadeias.

“Isso [os ataques] reflete o incômodo que o preso tem. Não existe opressão. Existe uma ação de legalidade no sentido de moralizar o sistema, para que ele se torne como deve ser. Todas as ações são acompanhadas por Ministério Público e Judiciário, e eles têm enaltecido isso”, afirmou o delegado.

O secretário anunciou também medidas, como reforço de policiais nas delegacias e apoio de militares com rondas nesses prédios, especialmente nos horários de maior risco.

Outra medida foi criação da Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado, que vai atuar com policiais especializados em investigar esse tipo de ação.
"Não vamos arredar um milimetro. Ao contrário, vamos combater esse crime. Esses ataques são a demonstração que eles estão incomodados”, afirmou.