Áudios revelam que GCM não interrompeu ação que matou garoto de 11 anos
Gravações revelam que a central da GCM (Guarda Civil Metropolitana), que atua em São Paulo, em nenhum momento pediu a interrupção de uma perseguição que terminou com a morte de Waldik Gabriel Chagas, um menino de 11 anos, no final de junho.
Exibidos com exclusividade pelo "SBT Brasil" na noite desta quinta (21), os áudios mostram que os guardas civis envolvidos na operação inclusive chamaram reforço para ajudar na perseguição, prática que não faz parte das atribuições da corporação.
Os oficiais da GCM só chamam a Polícia Militar depois de perceberem que Waldik tinha sido baleado. Em seguida, os guardas passaram a se comunicar apenas por seus telefones celulares particulares, procedimento incomum no dia a dia.
Ao SBT, a GCM disse que apura eventuais irregularidades.
Perseguição e morte
Waldik foi baleado e morto no dia 25 de junho, na Cidade Tiradentes, bairro da zona leste de São Paulo. Ele estava no banco de trás de um carro furtado. Segundo o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, a abordagem foi equivocada.
O guarda responsável pelos disparos, Caio Muratori, foi autuado em flagrante por homicídio culposo (quando não há intenção de matar), pagou fiança e responde às acusações em liberdade. Em depoimento, Muratori disse que atirou quatro vezes contra o Chevette porque os ocupantes atiraram contra seu carro primeiro. No começo do mês, a promotora Soraia Bicudo Simões Munhoz disse que não havia na investigação indícios que sustentassem a versão de Muratori.
No dia 2 de julho, uma portaria municipal passou a impedir a GCM de usar armas de fogo contra qualquer veículo em atitude suspeita.
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