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Jovens vendem doces pela internet para ajudar filho doente de amiga no PR

Helena Mercer (esq).e Luiza Campos com doces vendidos na campanha "Dudu é o meu herói" - Divulgação/arquivo pessoal
Helena Mercer (esq).e Luiza Campos com doces vendidos na campanha "Dudu é o meu herói" Imagem: Divulgação/arquivo pessoal

Aline Torres

Colaboração para o UOL, em Florianópolis

26/07/2016 18h15

Uma criança com uma doença grave, pais desempregados e três grandes amigas com tempo livre. E assim surgiu uma história de solidariedade em Curitiba (PR) que também envolve empreendedorismo. Há um mês, Letícia Bressan, 19 anos, soube que o filho de três anos está com uma doença grave. O tratamento é caro e, ainda por cima, ela e marido saíram de seus empregos para enfrentar a dura rotina de internações em hospitais.

A família precisava de ajuda, e ela veio das três das melhores amigas, que abdicaram do tempo livre para venderem doces, que irão custear em parte os remédios necessários.

Há sete anos, Luiza Campos, 18, Bruna Tibinka, 19, e Helena Mercer, 19, formam um grupo muito unido com Letícia. Elas foram confidentes na gravidez precoce, visitaram o Eduardo quando ele nasceu, comemoraram seu primeiro ano e, nos últimos meses, também ficaram aflitas.

O menino começou a ter diarreias frequentes e inchaços na barriga. O primeiro médico o diagnosticou com infecção urinária. Só que as dores continuaram e aumentaram. Um segundo tratou o caso como excesso de gases e não encontrou uma solução - as dores era muito fortes e Eduardo acordava à noite aos gritos.

Até que, finalmente, um terceiro pediatra descobriu sua doença: um câncer na barriga, que se estendeu para ossos da coluna, fêmur e bacia. Eduardo precisa de oito remédios, sendo que o principal, o actinomicina D, é importado. Cada ampola do antibiótico custa em torno de 700 euros (cerca de R$ 2,5 mil).

O garoto precisa de sete ampolas por mês. O plano de saúde informou que bancará três meses de tratamento, mas as ampolas do remédio podem demorar meses para chegar do exterior. “Eduardo precisa iniciar o tratamento em 15 dias. É urgente”, disse Letícia.

A ajuda veio rápido. Enquanto Eduardo era diagnosticado e os pais recebiam as primeiras informações, as três amigas criaram na última quinta-feira (21) a página "Dudu é meu herói” na rede social Facebook.

As meninas oferecem ali uma caixa de brigadeiros por R$ 10, com quatro sabores - bicho-de-pé, cheese cake, churros e torta de limão. As receitas foram encontradas e aprendidas na internet. Os doces são entregues, por enquanto, em Curitiba, onde todos moram. Desde a criação da página no Facebook, 3.265 pessoas curtiram a página e já foram arrecadados R$ 1,5 mil.

“Nós estamos em férias. Então nos reunimos na casa da Helena de manhã e vamos embora à noite. Na volta às aulas iremos conciliar os nossos horários. E criaremos mais variedades de doces para que as vendas aumentem”, disse Luiza, que está no terceiro ano do ensino médio - Bruna cursa engenharia civil e Helena, publicidade. Na fanpage, as estudantes descreveram seu trabalho como sendo “a forma mais doce de ajudar essa causa”.

Letícia concorda. “Eu poderia estar desesperada, mas não estou. Tenho minhas amigas e toda uma corrente de pessoas que querem o bem do Dudu”, disse. A família de Guilherme Vieira, 21 anos, pai de Dudu, tem uma fábrica de doces em Tubarão (SC), que também se engajou na campanha de venda de doces em prol do menino.