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Por falta de segurança, Justiça proíbe abertura de bancos nesta quinta no RS

Lucas Azevedo

Colaboração para o UOL, em Porto Alegre

03/08/2016 21h12

Os bancos estão proibidos de abrirem suas agências nesta quinta-feira (4) em todo o Rio Grande do Sul. O motivo é uma determinação judicial devido à manifestação dos servidores públicos do Executivo estadual, que prometem parar as atividades por 24 horas. Segundo a Justiça gaúcha, pode haver problemas de segurança caso  os agentes, como policiais civis e militares, cruzem os braços e não saiam às ruas.  
 
A Justiça acolheu, na tarde desta quarta-feira (3), um pedido do Sindibancários (Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e região) e da Fetrafi/RS (Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Instituições Financeiras do Estado), como forma de preservar a segurança dos bancários. Caso as instituições não cumpram a determinação, cada estabelecimento aberto deverá pagar multa de R$ 1 milhão.

As agências que devem permanecer fechadas são da Caixa Econômica Federal, do Banco do Brasil, do Banrisul, do Banco Safra, do Banco HSBC, do Itaú Unibanco e do Bradesco.
 
Em sua decisão, o juiz Jorge Alberto Araújo, da 5ª Vara do Trabalho de Porto Alegre, citou o ataque às Torres Gêmeas, em Nova York, em 2001, e o incêndio da Boate Kiss, em Santa Maria, em 2013.
 
"Se no dia 10 de setembro de 2001 alguém tivesse apresentado um requerimento a um juiz de Nova York requerendo que fosse fechado o espaço aéreo da cidade, ele certamente, seria tomado por lunático, no entanto teria salvo mais de 3000 vidas. Se no dia 27 de janeiro de 2013 fosse determinada pelo Corpo de Bombeiros de Santa Maria a interdição da Boate Kiss, ter-se-iam salvado 242 pessoas", escreveu o magistrado.

Parcelamento

Por conta do novo parcelamento de salários, os servidores do Executivo gaúcho estão organizando uma paralisação geral nesta quinta-feira (4). As áreas da Educação e Segurança Pública devem ser as mais prejudicadas.

 O motivo é o novo parcelamento de salários - o nono desde janeiro de 2015. Na terça-feira, o Movimento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais decidiu que todas as categorias devem parar. Estão sendo programadas manifestações em frente ao Palácio Piratini - sede do Executivo gaúcho -, além de passeatas pelas ruas do centro de Porto Alegre.
 
Há expectativa para atos semelhantes nas cidades do interior, onde cada núcleo de servidores está livre para decidir seu tipo de protesto.
 
Na última quinta, o secretário da Fazenda do Rio Grande do Sul anunciou os detalhes do novo parcelamento dos salários dos servidores do Executivo. Foram depositados R$ 980,00 na sexta (29). A previsão é que toda a folha seja quitada até o dia 19 de agosto. O parcelamento atinge funcionários ativos, inativos, pensionistas e de autarquias.
 
No final da tarde dessa terça, o governo anunciou que depositará R$ 800,00 nas contas na manhã desta quarta-feira. Serão utilizados recursos de empresas públicas e entidades que entrarão no caixa único e o saldo dos depósitos judiciais, que em dois dias cresceu mais de R$ 40 milhões.
 
Segundo o governo, com esse novo depósito, o salário dos servidores chegará a R$ R$ 1.780 líquidos.
 
Conforme o secretário Feltes, a receita líquida de julho ficou em R$ 2,14 bilhões, valor cerca de R$ 109 milhões menor do que no anterior, o que gerou um déficit de R$ 764 milhões no cofre. Já a folha de pagamento engloba 343 mil matrículas e é de R$ 996 mil.