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RN envia para presídios federais 21 acusados de liderar ataques no Estado

Frankie Marcone/ Futura Press/ Estadão Conteúdo
Imagem: Frankie Marcone/ Futura Press/ Estadão Conteúdo

Aliny Gama

Colaboração para o UOL, em Maceió

05/08/2016 10h44Atualizada em 05/08/2016 11h22

Vinte e um presos do Rio Grande do Norte acusados de liderar a série de ataques criminosos que atingiu Natal e 37 cidades do interior do Estado, desde o último dia 29, estão sendo transferidos, nesta sexta-feira (5), para presídios federais no Mato Grosso do Sul, em Rondônia e no Paraná.

Os escolhidos foram lideranças da facção criminosa Sindicato do Crime do RN, apontada como autora dos atentados, ocorridos um dia depois que bloqueadores de sinal de celular foram instalados no PEP (Presídio Estadual de Parnamirim), localizado na região metropolitana de Natal. O governo do Estado afirmou que em até 90 dias bloqueadores também serão instalados nas outras unidades prisionais potiguares.

A transferência foi autorizada pelo Departamento Penitenciário Nacional. Os presos estão sendo submetidos a exames de corpo de delito no Instituto Técnico Científico de Polícia, em Natal, para seguirem para o aeroporto de Natal, localizado em São Gonçalo do Amarante, região metropolitana. O horário do voo não foi informado ainda, mas eles já foram retirados do presídio de Parnamirim.

Entre os transferidos está João Maria dos Santos Oliveira, um dos líderes da facção. Ele estava foragido da Justiça desde dezembro do ano passado, quando saiu do PEP com um alvará de soltura falso. Oliveira foi preso no último domingo (31), em Parnamirim.

Na última segunda-feira (1º), cinco presos apontados como líderes de facção e acusados de ordenar os ataques também foram transferidos. O grupo está custodiado no presídio federal de Mossoró.

Dois homens apontados pelo serviço de inteligência da polícia como os líderes dos ataques nas ruas em Natal foram presos. Na terça-feira (2), a Polícia Civil prendeu Daniel Silva Carvalho e, no domingo (31), João Maria dos Santos de Oliveira.

Os outros presos transferidos hoje são: Bruno Mitchel Carvalho de Farias, Christian Lutianne Costa de Lima, Cleiton Miranda Lins, Djackson Hyzacky Moreira da Silva, Francisco Frank Dantas da Costa, Gerson Menezes, Gilbeto da Cruz Silva, Igor dos Santos Peixoto, João Maria dos Santos Oliveira, José Wilson Trajano de Freitas, Josenildo Medeiros da Silva, Josenildo Augusto da Silva, João Paulo Souza da Silva, Leonardo Victor Cavalcante Soares, Luanderson Inácio de Souza Cunha, Marcos Antônio Oliveira da Silva, Renato da Silva Climaco, Rosivaldo Barbosa da Silva, Sebastião Figueira da Costa Júnior, Walleano Luabson Cruz dos Santos e Zadonaide Fernandes Nunes.

Nesta sexta-feira (5), a Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social informou que a noite foi tranquila em Natal, sem registro de ataques criminosos. Seis ônibus corujões que fazem linhas na madrugada rodaram em Natal sem registro de violência. A Guarda Municipal escoltou os veículos o tempo todo, segundo o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Natal.

Forças Armadas

Para ajudar no combate ao crime, 1.200 homens do Exército, da Marinha e da Aeronáutica chegaram a Natal para reforçar as ações de segurança. A Operação Potiguar, como foi denominada as ações integradas das Forças Armadas em conjunto com as Polícias Civil e Militar do Rio Grande do Norte, recebeu 920 profissionais do Exército, 220 da Marinha e 60 da Aeronáutica.

Segundo o último boletim da Secretaria da Segurança Pública, divulgado às 19h45 desta quinta (4), 106 pessoas foram presas ou apreendidas acusadas de participarem de atos de vandalismo no Estado.

Já foram registradas 109 ocorrências, sendo 63 incêndios, 31 tentativas de incêndios, sete atentados usando arma de fogo com disparos feitos contra prédios públicos e proximidades, quatro envolvendo artefatos explosivos e quatro depredações. Até agora, 32 ônibus e micro-ônibus foram queimados.

Na noite de quarta (3), presos do PEP, inconformados com o funcionamento dos bloqueadores de sinal de telefonia móvel, tentaram danificar os aparelhos provocando incêndio no muro da unidade prisional. Eles usaram pedaços de colchões, lençóis e madeira para fazer uma fogueira junto ao muro e atingir a torre do bloqueador.