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Sem autorização judicial, transferência de líderes de ataques no RN é adiada

Ônibus é incendiado por criminosos nesta terça-feira (2) em Mossoró, no Rio Grande do Norte - Marcelino Neto/O Câmera
Ônibus é incendiado por criminosos nesta terça-feira (2) em Mossoró, no Rio Grande do Norte Imagem: Marcelino Neto/O Câmera

Aliny Gama

Colaboração para o UOL, em Maceió

05/08/2016 18h29

A transferência de 21 presos do Rio Grande do Norte para os presídios federais de Catanduvas (PR), Campo Grande (MS) e Porto Velho (RO), marcada para esta sexta-feira (5), foi adiada para este sábado (6), por falta de autorização judicial do recambiamento de sete presos.

Pelo menos, 26 presos foram identificados, pelo serviço de inteligência da polícia, como líderes da facção criminosa que autodenomina Sindicato do Crime do RN e teriam participado das articulações dos ataques criminosos que atingiram Natal e 37 cidades do interior do Estado. Os ataques iniciaram um dia após a instalação de bloqueadores de sinal de telefone celular na PEP (Penitenciária Estadual de Parnamirim), na região metropolitana de Natal.

Os presos já tinham saído da penitenciária de Parnamirim e se submetido a exames de corpo de delito no Itep (Instituto Técnico Científico de Polícia), em Natal, para seguirem para o aeroporto de Natal, localizado em São Gonçalo do Amarante, região metropolitana, no início da tarde, quando a Sejuc (Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania) foi informada que o juiz de Catanduvas ainda não tinha analisado o pedido de transferência de sete presos e eles não poderiam embarcar hoje. Os 21 presos foram levados de volta para o presídio de Parnamirim.

Segundo a Sejuc, a autorização da viagem dos sete presos saiu no fim desta tarde, porém, não há mais tempo para reelaborar o plano de traslado deles da penitenciária de Parnamirim até o aeroporto de Natal. A transferência deve ocorrer na manhã deste sábado.

Entre os presos que serão transferidos está João Maria dos Santos Oliveira, o “João Mago”, um dos líderes da facção criminosa e identificado como o chefe do grupo nas ruas. Ele estava foragido da Justiça desde dezembro do ano passado, quando saiu do PEP com um alvará de soltura falso. Oliveira foi preso no último domingo (31), em Parnamirim.

Na última segunda-feira (1º), cinco presos apontados como líderes de facção e acusados de ordenar os ataques também foram transferidos. O grupo está custodiado no presídio federal de Mossoró.

Na noite de quarta (3), presos do PEP, inconformados com o funcionamento dos bloqueadores de sinal de telefonia móvel, tentaram danificar os aparelhos provocando incêndio no muro da unidade prisional. Eles usaram pedaços de colchões, lençóis e madeira para fazer uma fogueira junto ao muro e atingir a torre do bloqueador.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública, 106 pessoas foram detidas acusadas de participarem de atos de vandalismo no Estado. Já foram registradas 109 ocorrências, sendo 63 incêndios, 31 tentativas de incêndios, sete atentados usando arma de fogo com disparos feitos contra prédios públicos e proximidades, quatro envolvendo artefatos explosivos e quatro depredações. Em sete dias, 32 ônibus e micro-ônibus foram queimados.