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Igrejas na Paraíba são pichadas com alusões a padres acusados de pedofilia

Igrejas de João Pessoa tiveram suas paredes pichadas com frases que acusam ou insinuam crime de pedofilia de padres católicos - Facebook
Igrejas de João Pessoa tiveram suas paredes pichadas com frases que acusam ou insinuam crime de pedofilia de padres católicos Imagem: Facebook

Colaboração para o UOL, em João Pessoa

17/10/2016 18h33

Três igrejas católicas de João Pessoa foram pichadas no domingo (16) com dizeres que aludem a casos de pedofilia que teriam envolvimento de padres.

As pessoas se confrontaram com as pichações no momento em que chegavam para assistir à missa dominical. Em algumas delas, havia frases com nomes de religiosos e frases de baixo calão. 

As pichações surgem como mais um capítulo na polêmica envolvendo a Igreja Católica da Paraíba, cujo o arcebispo dom Aldo Pagotto renunciou ao cargo após uma série de denúncias envolvendo seu nome. Na época da renúncia, o arcebispo publicou uma carta alegando problemas de saúde para deixar o cargo de arcebispo.

Nesta segunda-feira (17), a Arquidiocese da Paraíba lamentou as pichações nas igrejas e afirmou que “condena todo e qualquer tipo de vandalismo”. Em nota, a Arquidiocese destacou que “esse tipo de ação só serve para danificar o patrimônio público e privado e que não tem como garantir segurança 24 horas em todas as igrejas”.

A Igreja pediu ajuda às autoridades da Segurança Pública para encontrar e punir os responsáveis “por esses atos de vandalismo e para evitar que futuros casos ocorram” e informou que está disponível para ajudar nas investigações policiais.

Denúncias

Nesta segunda-feira (17), o MPT-PB (Ministério Público do Trabalho na Paraíba) confirmou, em nota, que a PGR (Procuradoria-Geral da República) suspendeu temporariamente a investigação sobre denúncias de exploração sexual de meninos por sacerdotes católicos da Arquidiocese da Paraíba. E afirmou que “tomará as medidas cabíveis para que o poder investigatório do MPT seja restaurado e o procedimento retome o seu curso”.

Desde setembro do ano passado, o MPT investiga as denúncias.  Conforme decisão proferida pelo procurador-geral em exercício, José Bonifácio Borges de Andrada, a atribuição para prosseguir com as investigações é do Ministério Público Estadual. Em despacho, o procurador-geral afirmou que “uma vez que os fatos têm nítida repercussão criminal, evidencia-se a atribuição do MPE para sua investigação”.

Segundo o procurador, os elementos colhidos no processo não indicam que a exploração sexual de menores teve fins comerciais. “O teor dos depoimentos tomados pelo membro do MPT demonstra que a suposta exploração sexual tinha motivações diversas, não ligadas ao comércio ou ao intuito de lucro”, frisou.

Padres afastados

No final de setembro, a Arquidiocese da Paraíba afastou três padres de suas respectivas atividades relativas à Ordem por tempo indeterminado. Os três religiosos estão sendo investigados no processo do Ministério Público do Trabalho.