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Apesar de melhora, escolaridade de jovens ainda é desafio, aponta estudo

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Imagem: iStock

Felipe Amorim

Do UOL, em Brasília

22/11/2016 10h30

O estudo Radar IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal), divulgado nesta terça-feira (22), mostra uma melhora em ritmo mais lento nos indicadores ligados à educação e aponta para a continuidade de desafios no nível de escolaridade de jovens do ensino fundamental e médio.

O estudo mediu os índices de escolaridade e de frequência escolar. A escolaridade no Radar IDHM refere-se à escolaridade da população adulta, medida pela proporção de pessoas de 18 anos de idade ou mais com o ensino fundamental completo.

No período de 2011 a 2014, a taxa média de crescimento anual da escolaridade foi de 0,5%, inferior à observada no período de 2000 a 2010, que foi de 3,3%. Em 2014, 39% da população acima de 18 anos não possuía o ensino fundamental completo.

Já a frequência escolar mostra o percentual de jovens que concluem as etapas educacionais na idade esperada. O índice é composto por quatro indicadores, referentes às proporções de crianças de 5 a 6 anos de idade frequentando a escola, de crianças de 11 a 13 anos frequentando os anos finais (2º ciclo) do ensino fundamental, de adolescentes de 15 a 17 anos com ensino fundamental completo e de jovens adultos de 18 a 20 anos com o ensino médio completo.

Em 2014, enquanto 93,7% das crianças de 5 a 6 anos estavam frequentando a escola e 90,5% das crianças de 11 a 13 anos frequentavam o 2º ciclo do ensino fundamental, apenas 65,5% dos adolescentes de 15 a 17 anos tinham concluído o fundamental e 52% dos jovens de 18 a 20 anos tinham o ensino médio completo.

O estudo foi elaborado por Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e Fundação João Pinheiro, e aponta como indicador principal o IDHM (Índice de desenvolvimento Humano Municipal).

Quanto mais perto de 1, melhor o indicador. O IDHM mede indicadores de renda, educação e longevidade da população e é semelhante ao IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), utilizado para comparar a qualidade de vida entre diferentes países.

Entre os anos 2000 e 2010, o índice de escolaridade avançou 3,3%, indo de 0,398 para 0,549. Já entre 2011 e 2014 o avançou foi de 0,5%, de 0,609 para 0,618.

O crescimento também foi mais lento no índice de frequência escolar entre 2011 e 2014, com avanço de 1,9% (de 0,712 para 0,754), do que entre os anos 2000 e 2010, quando houve crescimento de 3,5% (indo de 0,488 para 0,686).

Entenda o Radar IDHM

Para entender melhor o que significa o Radar IDHM e o que ele mede, o UOL preparou algumas perguntas e respostas. Confira:

O que é o Radar IDHM?

É um estudo que realiza o cálculo do IDHM de 2011 a 2014 com base em dados produzidos pela PNAD. O estudo aponta tendências sobre o comportamento de indicadores sociais que avaliam a qualidade de vida no Brasil, nos 26 Estados e no Distrito Federal e em nove regiões metropolitanas.

E o que é o IDHM?

O IDHM é a sigla para Índice de Desenvolvimento Humano Municipal. Trata-se de um indicador lançado em 2013 que coleta dados dos Censos realizados pelo IBGE para medir a qualidade de vida nos municípios brasileiros. A metodologia usada no cálculo do IDHM é similar à usada pelas ONU (Organização das Nações Unidas) para calcular o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) dos países e leva em consideração três quesitos básicos: renda, educação e saúde.

Por que foi criado o Radar IDHM?

Porque o IDHM só avalia dados produzidos pelos Censos, que são realizados a cada 10 anos. A ideia é que o Radar IDHM ajude formuladores de políticas públicas a visualizar quais as tendências registradas pelos indicadores sociais entre os anos que não são abrangidos pelos Censos do IBGE.

Por que o Radar IDHM não apresenta dados do Brasil todo, como o IDHM?

Porque a base de dados usada pelo Radar é diferente da utilizada pelo IDHM. A fonte de informações para o Radar IDHM é a PNAD e a do IDHM é o Censo.

É possível comparar uma pesquisa com a outra?

Não, justamente porque as fontes de informações são diferentes.