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PMs que cercam Alerj revistam manifestantes e ganham flores no RJ

Gustavo Maia

Do UOL, no Rio

12/12/2016 12h13

Cerca de 700 policiais militares posicionados nas ruas que dão acesso ao Palácio Tiradentes, sede da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) fazem um cerco aos servidores públicos que protestam na manhã desta segunda-feira (12) contra as medidas de austeridade enviadas à Casa pelo Governo do Estado.

Para entrar na área em que acontece o ato, os manifestantes estão tendo suas bolsas e mochilas revistadas.

No início da manifestação, alguns PMs receberam flores brancas de participantes do ato, em sinal de paz. Os presentes foram colocados em escudos e nas roupas dos policiais. Até as 11h30, o número de agentes de segurança parecia ser superior ao de manifestantes, que é visivelmente menor que o dos atos ocorridos nas últimas semanas contra o pacote de projetos do Executivo.

Nem os organizadores do protesto nem a PM divulgaram estimativa de público.

A manifestação foi marcada para esta segunda para coincidir com a votação de quatro medidas polêmicas, inicialmente agendada para as 15h. Na última sexta (9), três dias após uma manifestação marcada por violentos confrontos entre policiais e servidores, o presidente da Alerj, o deputado Jorge Picciani (PMDB), anunciou a transferência das votações para a quarta (14).

De acordo com a assessoria de imprensa da assembleia, "a mudança no calendário foi uma decisão da presidência da Casa, para que haja mais tempo para negociar as propostas". Já os servidores reclamam que a alteração teve como objetivo esvaziar o ato marcado para esta segunda.

Do carro de som, que chegou ao local pouco depois das 11h, um manifestante orientava os manifestantes a repetir gritos de guerra contra Picciani e contra o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB). "Ô, Picciani, cadê você? Lá em Bangu tem uma cela pra você" e "Fora, Pezão", gritavam.

Um dos manifestantes declarou a intenção de permanecer no local até a quarta, último dia de votações. "Hoje o dia será longo, e a noite uma criança", declarou, ao microfone.

Revistas

Segundo os policiais que realizam as revistas dos manifestantes, o objetivo da iniciativa é evitar a entrada de objetos pontiagudos e de explosivos, como os fogos de artifício que foram utilizados como arma contra os PMs no protesto da última terça (6).

Caso alguém se recuse a abrir sua bolsa ou mochila, a orientação dada aos policiais foi levar a pessoa até uma delegacia. "Temos poder de polícia e devemos garantir o direito à manifestação pacífica", afirmou um policial.