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Morador de rua testemunhou incêndio de carro com corpo de embaixador no RJ

Queda de veículo que era usado por embaixador grego acordou morador de rua - José Lucena/Futura Press/Estadão Conteúdo
Queda de veículo que era usado por embaixador grego acordou morador de rua Imagem: José Lucena/Futura Press/Estadão Conteúdo

Gustavo Maia

Do UOL, no Rio

02/01/2017 18h26

Um morador de rua idoso dormia sob um viaduto do Arco Metropolitano, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, quando foi acordado pelo barulho de um carro caindo de uma rampa e chocando-se contra o chão na noite da última terça-feira (27).

O veículo era o Ford Ka Sedan alugado dias antes pelo embaixador da Grécia no Brasil, Kyriakos Amiridis, 59, para a sua estadia no Rio de Janeiro. Segundo a polícia, o diplomata foi morto na noite anterior.

Pouco depois, o homem, que não teve a identidade divulgada pela polícia, viu um mototaxista chegar para buscar Sérgio Gomes Moreira Filho, 29, policial militar que confessou ter matado o embaixador e seria amante de sua mulher, Françoise de Souza Oliveira, 40.

Os dois e o sobrinho do PM, que teria ajudado tio a levar estão presos desde sexta (30).

Sérgio voltou ao local pouco depois, ainda com o mototaxista, com duas garrafas de plástico com dois litros gasolina cada, comprados em um posto nas proximidades. O material foi utilizado para atear fogo ao carro. Segundo a polícia, o corpo do embaixador estava no banco de trás e também foi carbonizado.

Os investigadores encontraram o veículo na tarde de quinta (29), mas o morador de rua não estava no local. À noite, no entanto, quando os agentes foram recolher o carro, a testemunha estava lá e descreveu o que viu.

Durante o incêndio do carro, ele acabou ficando no caminho da fumaça e teve as vias aéreas comprometidas. Levado à sede da DHBF (Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense), que investigava o suposto desaparecimento do diplomata grego, o morador de rua tossia muito enquanto prestava depoimento.

Em seguida, foi levado por policiais até o Hospital Geral da Posse, em Nova Iguaçu, o maior hospital público da região. Lá, foi diagnosticado com pneumonia.

Segundo um investigador da especializada ouvida pela reportagem do UOL, as declarações do morador de rua inocentaram o mototaxista, inicialmente considerado suspeito de envolvimento no crime.

Como deu exatamente a mesma versão do morador de rua para os acontecimentos da noite de terça, o mototaxista passou a ser tratado como testemunha.

Ele disse aos policiais que foi coagido pelo PM a continuar na cena do crime. Sérgio teria mostrado a arma, dito que era policial e que ele podia ficar tranquilo, já que aquilo era apenas "para conseguir o seguro do carro". O mototaxista disse não ter visto o corpo dentro do carro.

Contou ainda que, na volta do posto de gasolina, o policial tomou as chaves da moto para que ele não o deixasse no local.
 

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