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Prefeitura do Rio vai assumir restaurantes populares fechados por dívidas do Estado

Restaurante popular de Madureira, na zona norte do Rio, fechou as portas no fim de 2016 - Júlio César Guimarães/UOL - 16.set.2016
Restaurante popular de Madureira, na zona norte do Rio, fechou as portas no fim de 2016 Imagem: Júlio César Guimarães/UOL - 16.set.2016

Do UOL, no Rio

04/01/2017 20h13

O Governo do Estado e a Prefeitura do Rio de Janeiro firmaram nesta quarta-feira (4) um acordo para que o município assuma a gestão das oito unidades do programa Restaurante Cidadão na capital fluminense, que hoje estão fechadas.

Hoje sob responsabilidade da SEASDH (Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos), os restaurantes populares deixaram de funcionar no fim do ano passado por conta de dívidas milionárias do Estado com as empresas que administravam as unidades. Segundo a pasta, o custo total dos equipamentos é R$ 29 milhões por ano. Cada almoço nos restaurantes custa R$ 2.

Com a municipalização, a gestão passará a ser da Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Emprego e Inovação. Em reunião pela manhã, o secretário estadual, João Marcos Mattos, e a secretária municipal, Clarissa Garotinho, definiram que a prefeitura irá enviar uma solicitação formal à SEASDH. Segundo Clarissa, a documentação já está sendo preparada.

"A municipalização dos restaurantes na cidade do Rio foi a solução encontrada para continuarmos a atender a população que precisa desse serviço. Diante da crise financeira pela qual passa o Estado, estamos buscando saídas para manter todas as conquistas que essa secretaria já conseguiu", disse Mattos, que pediu à prefeitura a ajuda da Guarda Municipal na proteção das unidades fechadas.

Restaurante popular no Méier - Alfredo Mergulhão/Colaboração para o UOL - Alfredo Mergulhão/Colaboração para o UOL
Restaurante popular do Méier, na zona norte do Rio, está com faturas em atraso desde 2015
Imagem: Alfredo Mergulhão/Colaboração para o UOL

De acordo com a secretária municipal, o prazo para que os restaurantes sejam reabertos é de 60 a 90 dias. “Mas pode ser antes. A nossa intenção é abrir o mais rápido possível”, declarou Clarissa ao UOL.

"Como acabamos de assumir, o orçamento ainda está fechado e deve abrir no início de fevereiro. Só depois eu posso abrir os restaurantes. Estamos levando os modelos de convênio que o Estado fez com outros municípios para a nossa área jurídica analisar", completou.

A secretária disse ainda que os preços dos almoços serão mantidos a R$ 2. Declarou também que as dívidas do Estado --cujo valor atual foi questionado à SEASDH, mas não foi informado até o momento-- não serão repassadas ao município. "Nós nem debatemos isso porque não cabe a nós assumir", disse.

O governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) já autorizou a transferência de gestão. Nesta terça (3), ele anunciou o interesse do prefeito Marcelo Crivella (PRB) de assumir as unidades, que ficam nos bairros de Bangu, Bonsucesso, Campo Grande, Centro, Irajá, Jacarepaguá, Madureira e Méier.

De acordo com a SEASDH, os restaurantes da capital fluminense servem --quando estão abertos-- 6.750 cafés da manhã e 20.613 almoços diariamente. As refeições matinais são servidas em quatro unidades --Bangu, Bonsucesso, Campo Grande e Santa Cruz-- e também serão assumidas pela prefeitura.

Pichação em restaurante popular - Júlio César Guimarães/UOL - 16.set.2016 - Júlio César Guimarães/UOL - 16.set.2016
Muro do restaurante popular de Madureira foi pichado com a frase "além de tudo querem matar o povo de fome"
Imagem: Júlio César Guimarães/UOL - 16.set.2016