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Prefeitura de SP bloqueia 90 mil Bilhetes Únicos suspeitos e gera filas em posto

Movimentação é intensa no posto de atendimento da SPTrans no centro de São Paulo - Willian Moreira/Futura Press/Estadão Conteúdo
Movimentação é intensa no posto de atendimento da SPTrans no centro de São Paulo Imagem: Willian Moreira/Futura Press/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

12/01/2017 11h06Atualizada em 12/01/2017 12h27

Usuários do “Bilhete Único” --que dá acesso ao sistema de transporte público na capital paulista-- foram surpreendidos com o bloqueio dos cartões nesta semana. Foram afetados cerca de 90 mil cartões em um universo de quase 15 milhões, segundo a SPTrans --empresa que gerencia o transporte público em São Paulo--, que informou que há suspeita de fraudes.

As irregularidades não são cometidas efetivamente pelos usuários. Ela acontece quando os cidadãos recarregam o "Bilhete Único" em postos sem credenciamento que cobram preços menores que os estabelecidos pela Secretaria Municipal de Transportes. O órgão alerta a população para não utilizar os serviços desses postos, que estão cometendo fraudes, "evitando ser vítima de golpe", diz, em nota.

Os bloqueios causaram uma superlotação no principal posto de atendimento da SPTrans na rua 15 de Novembro, no centro de São Paulo. Usuários querem que o bloqueio de seus cartões seja reavaliado.

Em função da alta demanda, a SPTrans informou que vai ampliar o horário de atendimento no posto:

  • Quinta (12): funciona até 20h (normalmente, o posto fica aberto das 8h às 17h)
  • A partir de sexta (13): das 6h às 20h 
  • Aos sábados e domingos: das 8h às 18h 

O secretário municipal de Transportes, Sergio Avelleda –que está no cargo desde 1º de janeiro--, disse que foi “surpreendido pela quantidade de fraudes sendo praticadas no sistema”. Ele se desculpou pelos transtornos no atendimento e culpou a gestão anterior, do petista Fernando Haddad, pelos problemas.

“A gente está bloqueando os cartões porque é a única maneira que a gente tem de descobrir onde está sendo feita essa carga. As pessoas que estão indo lá [nos postos da SPTrans] vão nos informar onde são feitas essas cargas”, disse à TV Globo nesta quinta-feira.

Os dados obtidos com os usuários de cartões bloqueados serão repassados ao Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) e à SSP (Secretaria de Segurança Pública), segundo Avelleda.

Por enquanto, apenas o posto da 15 de Novembro tem capacidade para avaliar a situação dos cartões bloqueados, segundo o secretário. Mas ele pretende equipar outros postos da cidade para realizar o atendimento, o que deve acontecer até a próxima segunda-feira (16).

"No médio prazo, o atendimento aos usuários passará a ser descentralizado, com novos postos com capacidade para atender quem foi vítima de golpe. A SPTrans precisa aparelhar os seus postos remotos para a realização de todos os procedimentos de atendimento aos usuários", disse o órgão em nota.

Justiça barra aumento da tarifa

Na terça-feira (10), o presidente do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), Paulo Dimas, negou o recurso do governo do Estado de São Paulo contra a liminar que suspendeu o reajuste na tarifa integrada de ônibus com trilhos (metrô e trem). Com a decisão, o valor da passagem de integração volta a ser de R$ 5,92 e não mais de R$ 6,80.

Na decisão, Dimas afirma que a decisão de congelar a tarifa básica em R$ 3,80 --uma promessa de campanha do prefeito João Doria (PSDB) encampada pelo governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB)--, e, ao mesmo tempo, reajustar o valor da integração em 14,8%, ou seja, acima da inflação do período "não foi devidamente justificada" pelo governo.

"Faltou, numa análise inicial, detalhamento técnico que demonstrasse a existência de situação fática autorizadora do reajuste (ou redução de descontos em algumas modalidades de tarifa) nos patamares praticados", afirma o presidente do Tribunal de Justiça.

Além de elevar o custo da tarifa de integração, Doria e Alckmin querem valores maiores para os bilhetes temporais. O aumento chegou a 50% no caso do Bilhete 24 horas, que foi de R$ 10 para R$ 15. Já o "Bilhete Único Mensal", bandeira do ex-prefeito Fernando Haddad (PT), foi de R$ 140 para R$ 190, registrando um aumento de 35,7%.

Protestos estão previstos para a tarde desta quinta-feira (12), em São Paulo, contra o aumento da tarifa do transporte público em São Paulo. O MPL (Movimento Passe Livre) quer ir da avenida Paulista ao Jardim Europa, onde mora o prefeito, para entregar-lhe o "Troféu Catraca - Aumento Inovador"