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No RN, ministro anuncia operação para retomar ordem e descarta ação em presídios

Ministro da Defesa, Raul Jungman, concede entrevista coletiva em Natal - Beto Macario/UOL
Ministro da Defesa, Raul Jungman, concede entrevista coletiva em Natal Imagem: Beto Macario/UOL

Carlos Madeiro

Colaboração para o UOL, em Natal

20/01/2017 18h48

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou nesta sexta-feira (20) que homens das Forças Armadas não vão atuar nos presídios, nem no entorno deles no Rio Grande do Norte -- as forças especiais atuarão apenas nas ruas. A operação tem início a partir das 18h com 650 homens.

"Fora de cogitação [entrar em presídios no RN]! Tudo que diz respeito a presidio é de responsabilidade das forças locais. A nossa atuação vai liberar a polícia para que se dedique a questão prisional. Vocês hão de convir que estamos suplementando as forças locais para que as polícias para que eles controlem o que estão acontecendo nos presídios, não tendo carência nas ruas. Não vamos suprir nenhuma função de polícia, com exceção daquelas do policiamento ostensivo", afirmou.

O decreto de garantia da lei e da ordem, publicado nesta sexta-feira, dá ao Exército o comando das operações da segurança pública por 10 dias no Estado.

"Hoje já teremos, a partir de agora, 650 homens já nas ruas em policiamento ostensivo. Até amanhã 1.500 homens, e a integralidade [dos homens] estará na região metropolitana até o domingo. Esperamos e vamos garantir a ordem pública, o controle social, a propriedade o direito de ir e vir da sociedade será adquirido. Não vamos admitir descontrole, que venham a imperar o medo e a desordem", anunciou.

Segundo o ministro, a operação envolve 1.846 militares de Estados do Nordeste. No comando do Exército em Natal, ele se reuniu com comandantes das forças armadas locais e regionais e seguiu para o Palácio do Governo, onde se reúne à noite com o governador Robinson Faria (PSD) e secretários estaduais para traçar o plano de atuação.

Em Natal, os ônibus não circularam pela manhã e até o meio da tarde por falta de segurança. Das 16h às 20h (horário local), um esquema emergência recolocou parte da frota em circulação para garantir o retorno para casa dos moradores.

ministro e governador - Beto Macário/UOL - Beto Macário/UOL
Jungmann reuniu-se com o governador Robinson Faria (PSD) e secretários estaduais
Imagem: Beto Macário/UOL

Ações em presídios

Ainda de acordo com Jungmann, as ações das Forças Armadas nos presídios anunciadas recentemente pelo presidente Michel Temer só ocorrerão após um planejamento e investigação prévia.

O presidente Temer disse, na última quarta (18), que o uso das Forças Armadas para a vistoria de presídios é "uma ousadia". "Mas é uma ousadia que o Brasil necessita e que dá certo. Essa é a grande realidade." Temer também afirmou que as "Forças Armadas se dispuseram" a fazer o trabalho de varredura no sistema penitenciário.

"As Forças Armadas só farão as vistorias quando os órgãos de segurança deem garantia de que isso não acirre ânimos e gerem confrontos. Reitero: as Forças Armadas não entrarão em contato com presos, não vão reprimir facções; elas vão fazer a varredura e a limpeza dos presídios, e caberá aos Estados manter isso", afirmou.