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Após rebelião e fuga, presídio de Bauru transfere mais da metade dos presos

24.jan.2017 - Pavilhões do CPP3 (Centro de Progressão Prisional) de Bauru ficaram destruídos após rebelião e fuga de presos - Divulgação
24.jan.2017 - Pavilhões do CPP3 (Centro de Progressão Prisional) de Bauru ficaram destruídos após rebelião e fuga de presos Imagem: Divulgação

Wagner Carvalho

Colaboração para o UOL, em Bauru (SP)

24/01/2017 19h51

Cerca de 800 detentos serão transferidos do CPP3 (Centro de Progressão Prisional) de Bauru para outras unidades prisionais do estado de São Paulo após uma rebelião que resultou na fuga de 152 homens na manhã desta terça-feira (24).

A decisão foi tomada após a SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) do Estado concluir que dois dos três pavilhões do presídio ficaram praticamente destruídos durante o motim. Por enquanto, 100 homens foram recapturados.

As transferências já começaram e devem se estender por toda a noite e madrugada. Os detentos estão sendo realocados para centros de regime semiaberto em Hortolândia, Balbinos, Álvaro de Carvalho, Getulina, CPP I e II de Bauru, todos no estado de São Paulo. Os envolvidos diretamente com a fuga e rebelião serão transferidos para o regime fechado.

Presos são recapturados após fuga em massa em Bauru (SP)

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A Polícia Militar, além de realizar as buscas pelos detentos que ainda estão foragidos, também colabora com a escolta dos veículos que estão fazendo o transporte.

Segundo a SAP, o CPP3 tem capacidade para 1.124 pessoas, mas abriga atualmente 1.427 homens. O sindicato dos agentes penitenciários contesta as informações da secretaria e afirma que o CPP III tem capacidade para 742 presos, mas conta com uma população carcerária de 1.412.

Os pouco mais de 600 detentos que não serão transferidos ficarão no único pavilhão do CPP3 ainda com condições de abrigar detentos. Nele também estão a cozinha e a parte administrativa da unidade.

No final da tarde, o Coronel Airton Martinez, comandante do CPI-4 (Comando do Policiamento do Interior), convocou a imprensa para afirmar que a ação ocorrida em Bauru foi um fato isolado, que não tem ligação com o crime organizado. “A unidade abriga presos que estão chegando ao fim de suas penas, não está sob domínio do PCC (Primeiro Comando da Capital)”, disse.

“Um detento foi surpreendido fazendo uso de celular, foi abordado por agente funcionário da unidade e o aparelho foi confiscado. Enquanto era conduzido por esse funcionário da unidade, os demais presos se revoltaram e começou o motim que culminou em fuga e rebelião, mas não teve ação do crime organizado”, afirmou o coronel.

Entre os presos recapturados, 10 foram identificados como líderes do motim e deverão responder por formação de quadrilha e crime contra o patrimônio público. Os acusados estão sendo autuados pela Polícia Civil na CPJ (Central de Polícia Judiciária) de Bauru.