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Governo recebeu denúncias de crimes praticados por PMs no ES, diz secretário

6.fev.2017 -  Moradores compartilharam imagens e vídeos de saques a lojas em diversas cidades do Espírito Santo nas redes sociais no início da paralisação - Reprodução/Twitter
6.fev.2017 - Moradores compartilharam imagens e vídeos de saques a lojas em diversas cidades do Espírito Santo nas redes sociais no início da paralisação Imagem: Reprodução/Twitter

Do UOL, em São Paulo

14/02/2017 13h08

O secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social do Espírito Santo, André Garcia, informou nesta terça-feira (14), em entrevista coletiva, que a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, órgão subordinado ao Ministério da Justiça, recebeu mais de 30 denúncias de crimes praticados no Estado com suspeita de participação de policiais militares durante a paralisação da PM.

“Vamos fazer pente fino em todos os homicídios. Nós estamos entrando em contato com a ouvidoria porque queremos instruir da melhor forma possível esses inquéritos. Todos homicídios [ocorridos desde que a crise de segurança se instaurou] serão investigados", afirmou. "Se houver participação de militares, de milicianos, serão combatidos.”

Boatos reforçados por policiais

O secretário afirmou também que acredita na participação de policiais em boatos que estão circulando na internet sobre o clima de insegurança no Estado. Segundo Garcia, o propósito é reforçar o pânico na população.

“Quem está interessado no pânico espalha o pânico. Fico prestando atenção nesses boatos. Infelizmente, é um fenômeno da vida moderna, mas temos que ter o mínimo de bom senso para não ficar replicando sem checar", disse. "Será que é verdade? Isso tudo tem um propósito único que é estabelecer a confusão."

Até a manhã desta terça, em torno de 1.900 policiais estavam nas ruas, de acordo com Garcia. Ele considerou o número dentro da normalidade diante da crise que o Estado enfrenta. Desde segunda, a população começou a retomar a rotina. O transporte coletivo, escolas e repartições públicas voltaram às atividades.

Durante a coletiva, o secretário voltou a falar sobre a punição de policias militares que aderiram aos protestos. Ao todo, 161 militares que vão responder processos administrativos disciplinares. “Quem responder está afastado das funções, terá vencimentos cortados e pode resultar em demissão”, destacou.

Apesar da aparente melhora na situação da segurança do Estado, o secretário afirmou que ainda há uma expectativa de que o poio de agentes da Força Nacional de Segurança seja prorrogado até a situação ser completamente normalizada.