Operação prende suspeitos de usar blocos de granito para exportar cocaína do Brasil
A Polícia Federal e a PNC (Polícia Nacional Colombiana) divulgaram nesta sexta-feira (5) que prenderam quatro pessoas suspeitas de participarem de uma organização criminosa que exportava cocaína do Brasil para a Europa escondida dentro de blocos de granito.
Dos quatro detidos, um foi preso no Brasil e três na Colômbia. Ao todo, 13 pessoas foram indiciadas, segundo a PF. A ação conjunta das polícias dos dois países foi batizada de operação Cullinan, o nome dado ao maior diamante já encontrado no mundo.
De acordo com as investigações, um grupo de estrangeiros que se estabeleceu nas cidades de Belo Horizonte e Nova Lima, ambas em Minas Gerais, e lá montou uma empresa fictícia para exportar granito para Europa, escondendo cocaína nos blocos, “com alto grau de dissimulação”.
A investigação foi iniciada fevereiro de 2016 e ao longo de todo o ano foram registradas as movimentações do grupo, a montagem da estrutura logística, além de encontros com fornecedores e compradores.
Em novembro do ano passado, os agentes conseguiram apreender sete blocos de granito, contendo 1.020 quilos da droga, por meio da cooperação internacional entre as polícias brasileiras e belga.
A carga partiu dos portos de Vitória (ES) e do Rio de Janeiro (RJ), acondicionada em contêineres, de onde seguiria com destino final a Espanha, passando pela Antuérpia, na Bélgica. A apreensão foi feita na aduana.
Após a apreensão, os suspeitos alugaram um galpão na região metropolitana de Vitória para abrigar todos os equipamentos e estrutura logística do negócio e deixaram o Brasil, segundo a PF.
A Justiça Federal decretou a prisão preventiva dos acusados, a pedido da PF. Depois disso, os nomes dos indiciados foram colocados na lista de procurados internacionais da Interpol.
A Polícia Federal solicitou à PNC apoio para localizar e prender os suspeitos que estavam na Colômbia. No último dia 28, a polícia colombiana conseguiu três dos investigados. A PF já solicitou a extradição deles ao Brasil.
No mesmo dia, a PF conseguiu prender na cidade de São Paulo o único suspeito que se encontrava no Brasil. Em sua residência, foram encontrados documentos, smartphones e mídias eletrônicas, um automóvel, além de US$ 60 mil e R$ 34 mil, em espécie. Ele foi levado para Belo Horizonte.
A PF, PNC e polícias de outros países dizem que mantêm as investigações para localizar os demais indiciados. Todos são acusados pelo crime de tráfico internacional de drogas e de organização criminosa, cujas penas somadas podem chegar a 30 anos de reclusão. Os nomes dos suspeitos e dos presos não foram revelados.
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