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Chuvas alagam cidade histórica de Marechal Deodoro (AL) e deixam 300 famílias desabrigadas

28.mai.2017 - Cidade histórica de Marechal Deodoro (AL) tem 300 famílias desabrigadas - Prefeitura de Marechal Deodoro - Prefeitura de Marechal Deodoro
Alagamento em Marechal Deodoro (AL)
Imagem: Prefeitura de Marechal Deodoro

Carlos Madeiro

Colaboração para o UOL, em Maceió

28/05/2017 11h28

O centro histórico de Marechal Deodoro, na Grande Maceió (AL), está alagado e isolado por conta das fortes chuvas que caem há uma semana no litoral alagoano. Neste domingo (28), a prefeitura informou que o acesso ao local somente pode ser feito de canoa ou caminhão do Exército, já que a água subiu mais de um metro no local.

O município decretou situação de emergência na sexta-feira (26) e, hoje, tem cerca de 300 famílias desabrigadas, que estão em prédios públicos e escolas.

O município --que leva o nome por ser o local de nascimento do primeiro presidente da República-- tem construções históricas, especialmente igrejas construídas no século 17 e que são patrimônio histórico nacional.

Segundo a prefeitura, também são registrados alagamentos em vários bairros e em pontos turísticos, como o pólo gastronômico da Massagueira e a Ilha de Santa Rita. Outro local que recebe turistas, a Barra Nova está em estado de alerta.

Por conta da situação, uma campanha para arrecadação de donativos foi lançada. São pedidos alimentos, roupas, agasalhos, água, fraldas e materiais de higiene pessoal. As doações podem ser feitas na própria cidade ou em Maceió, no prédio da Associação dos Municípios de Alagoas.

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos afirma que as lagoas Mundaú e Manguaba seguem elevando os níveis --o que pode causar ainda mais problemas à cidade.

Maceió busca soterrados

Em Maceió, a noite foi de menos chuvas e menos problemas. O Corpo de Bombeiros retomou as buscas na grota do Santo Amaro, onde um deslizamento matou duas pessoas e há outras quatro desaparecidas.

Neste sábado, a capital alagoana decretou estado de calamidade pública após quatro mortes confirmadas. Trinta e cinco pessoas ficaram feridas, mas não correm risco de morte.

Segundo a Defesa Civil Municipal, o volume de chuva registrado em maio, até o início da manhã deste domingo (28), era de 640 milímetros. A média histórica é de 382,2 mm. Desse volume em 2017, mais da metade foi registrado nos últimos sete dias, que chovem ininterruptamente.

O Instituto de Medicina Legal Estácio de Lima de Alagoas identificou duas pessoas que morreram em decorrência de soterramentos na capital alagoana. 

Marli Santana de Oliveira, 48 anos, natural de São Paulo, é uma das duas mulheres que morreram soterradas, e a outra vítima é Benedito Valdevino da Silva, 56 anos, natural de Atalaia (AL).

Rios sobem

Segundo boletim da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos publicado às 10h, os níveis dos rios no Estado mostra novas elevações nos rios Mundaú e Jacuípe, que apresentam elevação.

O rio Mundaú já está 2,7 metros acima do normal no município de Canhotinho (PE), e a água deve chegar aos municípios de Alagoas ainda neste domingo. Há risco de alagamentos em cidades como Murici e Branquinha.

Já o nível do rio Jacuípe registrou elevação de 3,6 metros e também está sendo monitorado.