Coletivo arrecada quase R$ 20 mil para apagar tatuagem da testa de adolescente
O coletivo Afroguerrilha criou uma campanha na internet para arrecadar R$ 15 mil e custear a remoção da tatuagem feita na testa de um adolescente em São Bernardo do Campo, no ABC.
O jovem teve a testa tatuada com a frase “eu sou ladrão e vacilão” na sexta-feira (9) e o momento foi registrado e postado nas redes sociais. O menino estava desaparecido, mas a família o reconheceu nas gravações e ele já está em casa. Os dois responsáveis pela tatuagem foram presos e admitiram o crime.
O organizador da “vaquinha”, que pede não ter o nome revelado, disse que conhece o adolescente desde criança e sabia que a família já passava por dificuldades financeiras antes do acontecimento. Segundo ele, o jovem é criado pela avó e os valores arrecadados, além de ajudar a pagar a remoção da tatuagem, também serão para custear tratamentos psicológicos do jovem.
Segundo o Boletim de Ocorrência, a família afirmou que o jovem é usuário de drogas e que “não estaria em pleno gozo de suas faculdades mentais”.
Por volta das 16h30 deste domingo (11), um total de R$ 19.102,66 já havia sido arrecadado. O organizador afirma que como já alcançou ao valor estipulado, de R$ 15 mil, encerrará a campanha ainda hoje.
Entenda o caso
O adolescente estava desaparecido desde o dia 31 de maio. Familiares procuraram a polícia no sábado (10) e disseram ter reconhecido o jovem em vídeos que circulavam na internet e em grupos de WhatsApp. A polícia prendeu o tatuador, que confirmou o crime.
Segundo o boletim de ocorrência, o tatuador afirmou que estava revoltado, pois o adolescente havia tentado roubar uma bicicleta. Com a ajuda de um vizinho, resolveram tatuar o rapaz como forma de punição. O crime foi registrado como tortura e o adolescente já foi encontrado.
Mensagens de ódio
O organizador da “vaquinha” afirma que recebeu diversas mensagens de ódio e xingamentos após iniciar a campanha na internet. “Recebi vários comentários de ódio. Por ser da periferia, as pessoas já tacham ele como ladrão. Mas ainda não consegui ver tudo o que escreveram”, disse.
O UOL tentou falar com a família do adolescente na tarde deste domingo, mas não conseguiu contato.
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