Topo

Após 1ª sessão, tatuagem "eu sou ladrão e vacilão" começa a sumir da testa de menor

Jovem que teve testa tatuada iniciou sessões para apagar o desenho - Divulgação/Grand House
Jovem que teve testa tatuada iniciou sessões para apagar o desenho Imagem: Divulgação/Grand House

Ana Carolina Silva

Colaboração para o UOL

27/06/2017 18h09

Já não é mais possível ler com tanta clareza a frase "eu sou ladrão e vacilão", tatuada na testa de um adolescente de 17 anos. Quase um mês depois da ocorrência em São Bernardo do Campo, o menor iniciou o processo de remoção da marca. Ele segue internado para tratamento da dependência em crack e álcool.

O UOL apurou que a primeira sessão foi realizada neste sábado (24) por uma equipe de estética do ABC Paulista, que teve de se deslocar até Mairiporã, onde o jovem está internado na clínica Grand House - especializada na reabilitação biopsicossocial do dependente químico.

O procedimento ocorre com o auxílio de um laser que faz com que a tinta seja absorvida pelo organismo. A equipe da Grand House não percebeu muita diferença ainda no sábado, mas nesta terça já foi possível notar o desaparecimento de algumas letras. Com uma sessão por mês, a expectativa é de que até março de 2018 a tatuagem desapareça de vez.

A mãe do adolescente, Vânia Aparecida Rosa da Rocha, de 34 anos, também está fazendo terapia familiar na unidade do Tatuapé e tem comparecido semanalmente às sessões, mas só poderá rever o filho quando a internação dele, iniciada no dia 13 de junho, completar um mês.

Maycon Wesley Carvalho dos Reis, 27, e Ronildo Moreira de Araújo, 29, tatuaram a frase na testa do jovem no último dia 31 de maio após acusarem o garoto de ter entrado na pensão onde vivem e tentado furtar uma bicicleta. O rapaz nega ter praticado o delito. A dupla foi presa no dia 10 de junho sob acusação de crime de tortura, e ambos os homens estão em prisão preventiva no CDP (Centro de Detenção Provisória) em São Bernardo do Campo. O Ministério Público de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, livrou os responsáveis do crime de tortura. O entendimento da Promotoria contraria a conclusão do inquérito policial sobre o caso, e a denúncia apresentada foi de lesão corporal.

A clínica Grand House oferece tratamentos de alto custo, mas se ofereceu para cuidar deste caso de forma gratuita, assim como a equipe responsável pela remoção da tatuagem. Consequentemente, a quantia levantada através de uma vaquinha online será destinada para a própria família, que vive em situação de muita necessidade.

A arrecadação será finalizada no próximo dia 30, sexta-feira. O valor também servirá para comprar uma nova bicicleta para o dono do veículo Ademilson de Oliveira, 31, e para ajudar à família, que está para ser despejada.