Topo

Ibama se mobiliza e busca onça que atacou cachorros e gado em GO

Eduardo Pereira

Colaboração para o UOL

28/06/2017 17h46

Uma onça-pintada, à solta na região do Morro do Mendanha, em Goiânia, tem motivado uma busca incessante de peritos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) há quase cinco meses. Segundo o órgão, o animal já atacou gado, cachorros e outros animais silvestres, como tamanduás.

De acordo com o Ibama, não há registro de incidentes envolvendo pessoas. Em vídeo, cedido pelo órgão ao UOL, é possível ver a onça pintada percorrendo, durante a noite, a mata do Morro do Mendanha.

Ainda segundo o Ibama, as buscas pelo felino tiveram início na primeira semana de fevereiro, depois que fazendeiros da região relataram ataques a animais, perto de suas propriedades. "Assim que chegamos ao local, já vimos as características de predação de onça pintada", recorda Luiz Alfredo Baptista, analista ambiental do Ibama. "Imediatamente, contatamos o Cenap e pedimos apoio federal nas buscas".

Câmeras de vigilância foram instaladas na região do morro, bem como uma série de armadilhas específicas para o felino. Ainda assim, até o momento, o órgão não obteve sucesso em sua captura.

"Nossa ação é delicada, especialmente por tratar-se de um animal ameaçado de extinção", diz Baptista. "Além de organizar as buscas pela onça, também fiscalizamos e combatemos a caça ilegal do animal, preservando não só ele, como o ecossistema da região".

O perito conta ainda que, apesar do largo apoio da população local às buscas, o maior desafio do Ibama está em desmentir boatos e rumores que se amplificam na Internet. "As pessoas têm divulgado vídeos que mostram ataques de onça a cachorros e outros animais que não são daqui", explica Baptista. "São vídeos de São Paulo, do Mato Grosso, datados de 2014 para trás", adiciona.

Além de ser o maior mamífero da América, a onça-pintada é capaz de percorrer até 100 km diariamente, dificultando seu acompanhamento e apreensão. Ainda assim, de acordo com o analista, o animal oferece baixos riscos à população goiana, uma vez que confrontos com humanos "não são de sua natureza".