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Adolescente é baleada dentro de escola na Baixada Fluminense

5.jul.2017 - Escola no Lins fechou após a morte da menina Vanessa na Camarista Méier - Antonio Scorza/Agência O Globo
5.jul.2017 - Escola no Lins fechou após a morte da menina Vanessa na Camarista Méier Imagem: Antonio Scorza/Agência O Globo

Do UOL, no Rio

05/07/2017 14h15Atualizada em 05/07/2017 17h07

Uma estudante de 14 anos foi baleada nas costas, nesta quarta-feira (5), dentro da Escola Estadual Ricarda Leon, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. A adolescente foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros e encaminhada para o Hospital Geral de Nova Iguaçu, em Nova Iguaçu, também na Baixada.

De acordo com a unidade de saúde, a jovem apresenta quadro clínico estável. Ela teve o pulmão perfurado e passou por cirurgia.

O comando do 39º BPM (Belford Roxo) informou que, no momento da ocorrência, havia um confronto entre traficantes de drogas das comunidades Morro do Colejão e Parque Floresta. A corporação sustentou ainda que não havia operação policial na região quando a menina foi baleada. No entanto, apenas a perícia da Polícia Civil poderá indicar a origem do disparo.

PMs do batalhão local foram ao colégio Ricarda Leon para colher mais informações, de acordo com a versão oficial. Equipes do GAT (Grupamento de Ações Táticas) do 39º BPM fazem incursões pelas comunidades no entorno na tentativa de "prender os criminosos e impedir que novos confrontos ocorram na área".

Em nota, a Secretaria de Estado de Educação informou que prestará assistência para a vítima e seus familiares. "Imediatamente a Seeduc encaminhou equipe ao Hospital da Posse e está dando todo suporte aos familiares da menina."

Morta na porta de casa

Na terça-feira (4), Vanessa Vitória dos Santos, 11, morreu após ser atingida por um tiro na cabeça, perto da porta de casa, na comunidade Camarista Méier, no Complexo do Lins, na zona norte da capital fluminense.

O pai de Vanessa, Leandro Monteiro, 39, afirmou que responsabiliza a PM pela morte da filha e que pretende processar o Estado.

Segundo ele, policiais teriam invadido a residência da família à procura de traficantes. "Primeiro entrou um policial na casa. Ele podia ter tirado minha filha lá de dentro. Depois chegaram outros. Eles cismaram que tinham bandidos em casa e ignoraram o fato de ter uma criança ali. A madrinha dela foi tirá-la do local quando Vanessa foi colocar o chinelo para sair, ela foi atingida. Meu filho mais velho ajudou a socorrê-la."

Durante a ação, também houve confronto entre os policiais e traficantes na favela que conta com uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora).

Por meio de nota, o governo do Estado informou que o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) determinou à Secretaria de Estado de Direitos Humanos que preste toda a assistência à família e que a Secretaria de Segurança investigue o caso.

"Sabemos que é pouco diante dessa devastadora tragédia, mas faremos o possível para abrandar essa dor, que também é nossa. Estamos fazendo tudo a nosso alcance, junto com o governo federal, para solucionar a crise do Rio", disse o governador.

Tiroteios no Rio

Apenas nesta terça-feira (4), moradores do Rio denunciaram 16 pontos de tiroteio. Em uma semana, foram 168 confrontos registrados.

No último dia 30, Claudineia dos Santos Melo, grávida de 39 semanas, foi baleada na barriga na favela do Lixão, em Duque de Caxias, Baixada Fluminense. Ela precisou ser submetida a uma cesariana de emergência.

De acordo com os médicos, o pequeno Arthur teve a coluna fraturada em duas vértebras e está paraplégico. Entretanto, o quadro não é irreversível, conforme informou o neurocirurgião e diretor do Hospital Municipal Moacir do Carmo, Eduardo França de Aguiar.

"Não avaliamos a medula ainda porque o importante é mantê-lo vivo, com respiração e alimentação. Mas, sim, ele pode voltar [a ter o movimento das pernas], disse o médico.

O estado de saúde do bebê é considerado gravíssimo. Além da coluna, Arthur teve os dois pulmões perfurados e passou por uma drenagem no órgão assim que nasceu. Ele respira por aparelhos e permanece sedado.