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Homem morre baleado em favela com UPP, e moradores incendeiam ônibus perto do Sambódromo

Morares ateiam fogo a ônibus na saída do viaduto Santa Bárbara, vizinho ao sambódramo - Reprodução/Centro de Operações da Prefeitura do Rio de Janeiro
Morares ateiam fogo a ônibus na saída do viaduto Santa Bárbara, vizinho ao sambódramo Imagem: Reprodução/Centro de Operações da Prefeitura do Rio de Janeiro

Do UOL, no Rio

07/07/2017 12h47

Um homem morreu após ser baleado nesta sexta-feira (4) durante uma operação da polícia na UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) São Carlos, região central do Rio de Janeiro. É a quinta morte em decorrência de bala perdida em pouco mais de uma semana --todas ocorreram em comunidades com UPP.

Por volta das 13h30, moradores da favela atearam fogo em dois ônibus em protesto. Os coletivos estavam próximos a saída do viaduto Santa Bárbara, vizinho ao Sambódromo, no centro da capital.

Ô ônibus incendiados faziam as linhas 474 (Jacaré x Copacabana) e 432 (Vila Isabel x Gávea). Em nota a Rio Ônibus informou que esse é 32º ônibus a ser queimado na capital fluminense em 2017.

Segundo o comando da UPP, policiais patrulhavam uma área conhecida como Chuveirinho, quando foram atacados por criminosos. O homem chegou a ser levado ao Hospital Central da Polícia Militar, mas não resistiu aos ferimentos.

A polícia afirmou que "não houve revide por parte dos policiais".

Uma criança de 11 anos morreu na última terça-feira (4) após ser atingida na cabeça por um disparo durante operação da polícia na favela em que morava, no Lins, zona norte da cidade.

Na sexta-feira (30), mãe e filha morreram após serem baleadas durante um tiroteio na Mangueira, também na zona norte.

Já no último dia 28 o faxineiro Fábio Franco de Alcântara, 38, morreu ao ser atingido por estilhaços de granada quando seguia para casa para almoçar na favela Pavão Pavãozinho, zona sul da cidade.

Com 38 unidades em diferentes favelas da cidade, o programa das UPPs tem cerca de 10 mil policiais e vive o seu pior momento, com tiroteios cada vez mais frequentes, críticas de moradores, denúncias de abuso policial e falta de recursos.

Levantamento feito pelo UOL com base nos dados do aplicativo Fogo Cruzado mostrou que, desde o começo do ano, ao menos uma pessoa perdeu a vida a cada dois dias em decorrência de conflitos armados nas favelas ocupadas pela polícia.