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Tiroteio na Cidade de Deus deixa 2 mortos, 6 feridos e 3.300 alunos sem aulas no Rio

10.jul.2017 - Policial do Bope participa de operação na Cidade de Deus - Marcio Alves/Agência o Globo
10.jul.2017 - Policial do Bope participa de operação na Cidade de Deus Imagem: Marcio Alves/Agência o Globo

Giovani Lettiere

Colaboração para o UOL, do Rio

10/07/2017 12h21Atualizada em 10/07/2017 16h50

Uma operação do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) na madrugada e manhã desta segunda-feira (10) na Cidade de Deus, zona oeste do Rio de Janeiro, deixou 3314 alunos sem aulas, segundo informou a Secretaria Municipal de Educação. Na comunidade, nove escolas, duas creches e três EDIs (Espaços de Desenvolvimento Infantil) foram fechados por conta da troca de tiros entre a polícia e traficantes da região, que conta com UPP (Unidade de Polícia Pacificadora).

Segundo o Bope, a operação começou às 4h30, com o objetivo de "checar denúncia sobre local de esconderijo de armas e das lideranças do tráfico de drogas do local". O intenso confronto começou ainda na chegada das equipes da PM.

Subiu para dois o número de mortos na operação, segundo informou a SMS (Secretaria Municipal de Saúde). A UPA da comunidade atendeu três feridos, e o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, outros três, que permanecem internados. Uma pessoa teve alta.

A operação do Bope na Cidade de Deus fez ao menos uma vítima entre os moradores da comunidade. Elydia Ramos, de 82 anos, estava no portão de casa quando foi atingida por uma bala perdida numa das pernas. Segundo a secretaria de saúde do Rio, ela está internada em estado grave no Lourenço Jorge.

Na operação, duas pessoas foram presas e foi apreendido um fuzil, duas pistolas e drogas. A ação continuava em andamento no começo da tarde de hoje, informou o comando da PM. As ocorrências serão apresentadas na 32ª Delegacia de Polícia.

"Evite a região"

A operação com troca de tiros acontece num momento em que são registrados casos de bala perdida envolvendo a morte de moradores. Moradores pedem que operações não sejam realizadas durante horário escolar.

Segundo relatos de moradores nas redes sociais, o clima dentro da comunidade é tenso, com muitos tiros desde a madrugada. O Centro de Operações da Prefeitura do Rio fez uma alerta para que a região seja evitada por motoristas. "Operação policial pode causar interdições na Edgard Werneck e na Marechal Miguel Salazar Mendes de Morais. Evite a região", pediu o COR no Twitter.