Tiroteios e clima de guerra no Rio fazem Crivella cancelar agenda em favela
O prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), desistiu de visitar, na manhã desta sexta-feira (21), as favelas Furquim Mendes e do Dique, no Jardim América, na zona norte carioca, horas depois de intensos tiroteios na região --por duas vezes, a Linha Vermelha, uma das principais vias da cidade, foi interditada na quinta (20) em razão da violência e do clima de guerra urbana. O local tem sido palco constante de confrontos armados.
Ao UOL, a equipe de Crivella confirmou que o cancelamento da agenda desta sexta foi definido por "questões de segurança". A Linha Vermelha é o principal acesso de ligação entre a Baixada Fluminense e o Aeroporto Internacional Tom Jobim, com o centro e a zona sul da cidade.
Além do tiroteio de ontem à noite, que deixou moradores da região em pânico e prejudicou motoristas que trafegavam nos dois sentidos da Linha Vermelha, ao menos dois ônibus foram queimados, segundo relatos e imagens publicadas em redes sociais.
As polícias Civil e Militar informaram que o segundo episódio de violência do dia ocorreu durante uma operação para prender um suspeito conhecido como "Charlinho", que seria o chefe do tráfico de drogas em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
O Centro de Operações da prefeitura informou que a Linha Vermelha foi parcialmente liberada por volta das 20h20. A PM, no entanto, permanecia no local.
Antes disso, por volta das 6h de quinta, a Linha Vermelha já havia sido bloqueada por conta de um suposto assalto a um veículo de carga. Os carros voltaram na contramão, no sentido centro. Também houve relatos de arrastão na via, mas a polícia não confirmou.
No domingo (16), a via expressa já havia sido fechada duas vezes devido a confrontos armados entre criminosos e policiais. Motoristas e pedestres foram obrigados a se esconder atrás dos veículos ou da mureta que separa as pistas. Um grupo buscou refúgio dentro da sede do 22º BPM (Maré).
O que Crivella faria
O prefeito visitaria, na companha do secretário Indio da Costa (Urbanismo, Infraestrutura e Habitação), as obras do programa conhecido como "Favela Bairro" nas duas comunidades.
De acordo com o governo, são investidos R$ 108 milhões em ações de urbanização, infraestrutura e construção de moradias populares. O prazo de conclusão das obras é setembro de 2018.
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