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Governo de SP oferece R$ 155 mil por pistas de 8 suspeitos; veja quem são eles

Maior recompensa é por informações sobre Renato Mariano, suspeito de ter matado e estuprado menina de 9 anos - Divulgação/Polícia Civil
Maior recompensa é por informações sobre Renato Mariano, suspeito de ter matado e estuprado menina de 9 anos Imagem: Divulgação/Polícia Civil

Luís Adorno

Do UOL, em São Paulo

16/08/2017 04h00Atualizada em 18/08/2017 10h48

O governo de São Paulo, por meio do Programa Estadual de Recompensa, oferece atualmente R$ 155 mil por informações que levem à prisão de oito suspeitos procurados por crimes cometidos entre 2006 e 2017. Dos oito, sete estão listados no site da SSP (Secretaria da Segurança Pública).

O único suspeito pelo qual a SSP fornece a recompensa máxima, que é de R$ 50 mil, ainda não consta do site da secretaria. Trata-se de Renato Mariano, procurado sob a acusação da polícia de ter estuprado e matado uma menina de 9 anos em Santos, no litoral paulista, no início deste ano. A recompensa foi publicada em resolução, no último dia 4, no Diário Oficial do Estado.

Dos oito suspeitos pelos quais o governo do Estado oferece recompensa, 6 são acusados de homicídio e 2 de tráfico de drogas. O nome mais antigo da lista é o de Sonia Aparecida Rossi, conhecida como "Maria do Pó", foragida desde 2006.

Na listagem da Secretaria de Segurança Pública, há a oferta de R$ 60 mil em recompensas para quem der pistas sobre os assassinos de dois agentes penitenciários do Estado. Outra oferta de R$ 30 mil é para quem fornecer dados que levem à prisão do suspeito de matar um policial militar.

"No momento em que uma denúncia auxilia de forma determinante na solução de um crime ou na detenção de um foragido da Justiça, a SSP define a pertinência e grau de participação daquela informação para o sucesso da operação, indicando se a denúncia dever ser recompensada", explica a secretaria em nota.

A ausência de um nome entre os procurados com recompensa ofertada, porém, chama a atenção. Considerado pela Polícia Civil como um dos criminosos mais procurados do EstadoRogério Jeremias de Simone, 40, vulgo "Gegê do Mangue", é apontado pelo MP (Ministério Público) como o número três na liderança do PCC (Primeiro Comando da Capital).

Gegê do Mangue, da liderança do PCC, está foragido desde fevereiro deste ano - Divulgação/Polícia Civil - Divulgação/Polícia Civil
Gegê do Mangue está foragido desde fevereiro deste ano
Imagem: Divulgação/Polícia Civil

Apesar disso, não há interesse em oferecer dinheiro em troca de informações que levem à prisão de Gegê do Mangue. Ele foi solto por um habeas corpus expedido pela Justiça em 1º de janeiro deste ano. Dezenove dias depois, teve a prisão preventiva decretada novamente, por pressão do MP, mas até hoje não foi localizado. 

A Promotoria suspeita que Gegê do Mangue esteja controlando o tráfico de drogas da facção criminosa no Paraguai. A PF (Polícia Federal) investiga essa hipótese. Segundo a SSP, a Divisão de Capturas informa que mantém buscas para localizá-lo e sua foto e informações pessoais constam da página de procurados do site da Polícia Civil.

Neste ano, duas recompensas foram pagas pelo governo de São Paulo, no valor total de R$ 48.750. O denunciante do caso da tentativa de homicídio da soldado da Polícia Militar Adriana recebeu R$ 32.500. Outros R$ 16.250 foram pagos a quem levou a polícia a prender um dos suspeitos de terem matado o ambulante Luiz Carlos Ruas, 54, dentro da estação Pedro II do Metrô. A oferta inicial era de R$ 50 mil; o pagamento, porém, foi menor porque, segundo afirmou a secretaria na época, "a denúncia contribuiu para a prisão de um dos autores", não dos dois. 

Na previsão orçamentária do Estado para este ano, não há especificação do quanto estaria destinado para o Programa de Recompensas. Procurada, a SSP não informou quanto já foi pago pelo programa ao longo deste ano.

A Secretaria da Segurança de São Paulo informou que procura manter o site atualizado. A última atualização foi no dia 9 deste mês, quando a pasta retirou do ar os nomes dos procurados já encontrados, como, por exemplo, o do ex-médico Roger Abdelmassih, 73.

As oito recompensas

R$ 50 mil - Renato Mariano
De acordo com as investigações da Polícia Civil de Santos, a menina Carla Roberta Barboza, 9, foi encontrada morta próximo da casa onde vivia no bairro de Paquetá. Segundo a polícia, ela estava com a roupa levantada e sem calcinha. O laudo do IML (Instituto Médico Legal) confirmou que ela sofreu abuso sexual antes de ser morta. A causa da morte foi asfixia. Para a polícia, não há dúvidas de que o responsável pelo crime é Renato Mariano, 37, viciado em crack e catador de materiais recicláveis.

R$ 30 mil - Quem matou o agente Agnaldo Barbosa Lima?
O agente penitenciário Agnaldo Barbosa Lima, 43, morreu após ser baleado no Parque Ipê, zona oeste da capital, em 9 de setembro de 2014. Segundo testemunhas, o agente e um colega estavam a caminho do trabalho quando uma pessoa passou, se aproximou e atirou. Lima foi socorrido, mas morreu no hospital. O criminoso ainda não foi identificado.

R$ 30 mil - Quem matou o agente Cleoni Geraldo Lima?
O agente penitenciário Cleoni Geraldo Lima, 50, morreu ao ser baleado no bairro União da Vitória, em Campinas, no interior, em 7 de outubro de 2014. Segundo testemunhas, Lima estava na frente de casa, dentro de seu carro, quando foi abordado por suspeitos em um outro carro, roubado. Dois homens desceram, atiraram e fugiram. A polícia ainda não localizou os criminosos.

R$ 30 mil - Quem matou o PM Alaor Branco Junior?
O cabo da PM (Polícia Militar) Alaor Branco Junior foi baleado na cabeça por criminosos, em 30 de outubro de 2014, enquanto tentava prendê-los após uma tentativa de roubo a um carro forte na rodovia SP-340, em Aguaí, interior paulista. Até hoje, os criminosos não foram identificados.

Sônia Aparecida Rossi, a Maria do Pó, apontada como uma das principais traficantes do país - Divulgação/Polícia Civil - Divulgação/Polícia Civil
Maria do Pó, apontada como uma das principais traficantes do país
Imagem: Divulgação/Polícia Civil

R$ 5.000 - Sonia Aparecida Rossi
Sonia Aparecida Rossi, conhecida como "Maria do Pó", é traficante de drogas e está foragida desde 2006, quando fugiu da penitenciária de Santana, anexa ao complexo do Carandiru, na zona norte da capital. Segundo a polícia, ela já se utilizou de diversos nomes falsos, como Sandrinha, Professora, Tata ou Tia. A mulher também está na lista dos criminosos mais procurados da Polícia Civil. 

R$ 5.000 - Ronaldo Calado Mendonça
Ronaldo Calado Mendonça, o vulgo "Ronaldinho", é apontado em inquérito policial como um dos líderes de uma facção criminosa e é suspeito de traficar drogas e de incendiar um ônibus na região de Bauru, no interior de São Paulo. Ele é foragido da penitenciária de Bauru, segundo a Secretaria da Segurança.

R$ 2.500 - Caio Rodrigues
Caio Rodrigues, 23, está foragido desde 7 de junho de 2013, quando teria matado Diego Ribeiro Cassas, 18, no estacionamento de um McDonald's localizado na avenida Rebouças, zona oeste da capital. Segundo a polícia, Rodrigues, então com 19 anos, começou uma briga com a vítima dentro de uma casa noturna e o perseguiu até o local, onde deu um tiro na cabeça de Cassas.

R$ 2.500 - Aurelito Borges Santiago
Procurado por homicídio, Aurelito Borges Santiago fugiu do Fórum de Ribeirão Preto em março de 2014 durante o seu julgamento. Ele é acusado de ter matado o estudante Rodrigo Cintra do Prado Pereira Bonilha, 18, em 2008. A fuga aconteceu antes que o juiz desse a sentença, em que foi condenado a 21 anos de prisão.

Como denunciar

As denúncias podem ser feitas pelo número de telefone 181 ou pelo site Webdenúncia (www.webdenuncia.org.br). A identidade do denunciante é preservada. Segundo a SSP, qualquer pessoa pode receber anonimamente a recompensa, "desde que contribua com informações relevantes para a polícia esclarecer um crime".

Ao fazer a denúncia, um número de protocolo é criado e, através dele, é possível que o denunciante acompanhe anonimamente o uso da sua informação. Quando o denunciante é informado que será recompensado, um número de cartão bancário virtual é enviado.

"Após essa definição, a SSP informa ao ISPCV (Instituto São Paulo Contra a Violência) o número de um cartão de débito virtual e uma senha para que seja repassada ao denunciante por meio do site, cujo acesso é restrito à Superintendência do ISPCV. Assim, o denunciante pode sacar o dinheiro da maneira que achar mais conveniente", diz a SSP em nota. A quantia ainda pode ser retirada de uma vez ou aos poucos.

Segundo a SSP, a ferramenta online de denúncia é "extremamente segura, pois conta com dupla criptografia de dados, o que impede qualquer pessoa de invadir o sistema". O modelo mantém em sigilo a identidade do denunciante durante todo o processo, inclusive no pagamento da recompensa.