Maré baixa raríssima revela destroços de embarcação "misteriosa" em Santos
Uma embarcação naufragada foi descoberta na orla de Santos, litoral paulista, na tarde da última terça-feira (22). A prefeitura está isolando a área, com mais de 60 metros de comprimento, enquanto a Capitania dos Portos (CPSP) averigua qual seria o histórico do navio.
Banhistas e pedestres foram surpreendidos quando passaram pela Praia do Embaré, em Santos, na tarde desta terça-feira: destroços de uma embarcação naufragada ficaram visíveis na altura do Canal 5. Exposto a cerca de 20 cm acima do solo na manhã desta quarta-feira (23), o navio tinha mais de 60 m de comprimento e 10 m de largura.
“Com a maré 00, nível mais baixo, dá para ver perfeitamente o formato do navio”, afirma Fabiana Ramos Pires, subprefeita da Região da Orla e Zona Intermediária, em entrevista ao UOL. “Fica nítido que ele foi cortado no meio. Agora, estão expostos pedaços de madeiras e vigas metálicas.”
De acordo com a subprefeita, só foi possível descobrir a embarcação por causa da maré muito baixa. “O desassoreamento é comum, especialmente no inverno”, explica. Estima-se que a maré tenha rebaixado cerca de 1,5 m de areia.
A prefeitura de Santos já começou a isolar a área com estacas de madeira de pouco mais de 2 m. “Serão 22 estacas, uma a cada seis, sete metros, para que não haja risco para nenhum banhista”, afirma a subprefeita, que acompanha a operação no local na manhã desta quarta.
Pires explica que retirar o navio não está nos planos. “Nós não sabemos a quantos metros de profundidade ele está enterrado. Pode estar lá há mais de 100 anos”, argumenta a subprefeita. “Além disso, no verão, é provável que não se veja nem as estacas. Maré 00 só se dá em uns 15 dias do ano.”
Procedimento semelhante foi adotado após o naufrágio do navio Recreio, em 1971, na Ponta da Praia, litoral santista. A embarcação foi cortada e os destroços são visíveis até hoje.
Como não há registro de naufrágio no local nos últimos anos, especula-se que a embarcação esteja no local há muito tempo, embora ainda não haja uma noção exata do seu histórico. A Capitania dos Portos de São Paulo está responsável pela averiguação.
De acordo com a assessoria de imprensa, eles foram acionados pela prefeitura na tarde da terça-feira, mas tiveram de esperar a maré baixar completamente para fazerem a perícia. Técnicos do órgão já foram ao local na manhã desta quarta.
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