Paraguai prende membro do PCC acusado de tentar matar agente penitenciário
Agentes da Polícia Nacional do Paraguai prenderam nesta sexta-feira (8) quatro membros do PCC (Primeiro Comando da Capital), a maior facção criminosa brasileira.
Entre os detidos em uma casa na cidade de Pedro Juan Caballero, está Rafael Gustavo dos Santos, 23, conhecido pelo apelido de "Ponto 50". Ele é acusado de envolvimento na tentativa de homicídio de um agente penitenciário do Estado do Paraná. O atentado aconteceu no último dia 13 de junho, em Toledo (PR) --cidade do oeste paranaense, distante 457 km de Curitiba.
No local, policiais paraguaios encontraram fotografias dos suspeitos posando com armamento pesado.
Famosa por ser um "polo de contrabando" no Cone Sul, a cidade de Pedro Juan Caballero faz fronteira seca com Brasil e é também estratégica do ponto de vista do tráfico internacional de drogas. Após a morte do capo paraguaio Jorge Rafaat Toumani, em junho de 2016, arquitetada e executada por membros do PCC, a região sedia uma espécie de guerra do narcotráfico.
"Membros do PCC que participaram do atentado cruzam a toda instante a fronteira e estão presentes em grande número nesta cidade", afirmou ao UOL um agente do Departamento de Narcóticos da Polícia Civil de São Paulo.
PCC é a maior ameaça ao Paraguai
Autoridades paraguaias consideram o PCC a maior ameaça à segurança pública do país vizinho.
"Já detectamos a instalação do PCC em diferentes departamentos do Estado do Paraguai, sobretudo na região fronteiriça. Um dos exemplos dessa preocupação é a magnitude do roubo à empresa Prosegur em Ciudad del Este", afirmou, em entrevista ao UOL, o procurador Hugo Volpe.
Em abril deste ano, um grupo de assaltantes invadiu as instalações da empresa de transporte de valores Prosegur em Ciudad del Este, na fronteira do Brasil com o Paraguai, e roubou US$ 40 milhões (cerca de R$ 126 milhões). "Acreditamos que há gente do PCC nisso. Acreditamos que o PCC é maior organização criminosa do Paraguai", disse o procurador paraguaio.
No mês de agosto, em uma ação de cooperação de inteligência, a Polícia Nacional do Paraguai prendeu e deportou 14 integrantes do PCC. A operação, que contou com ajuda de órgão brasileiros, também foi realizada em Pedro Juan Caballero.
Além da posição estratégica no narcotráfico da região --é o maior produtor de maconha da América do Sul e serve de entreposto para produção de pasta base de cocaína da Bolívia, Peru e Colômbia e que é traficada ao Brasil--, o Paraguai tornou-se uma espécie de refúgios de criminosos brasileiros.
"Verificamos que no caso dos agentes penitenciários federais assassinados no Paraná, os criminosos fugiram em direção à fronteira com esse país", afirmou um investigador da PF (Polícia Federal), que trabalha na investigação dos homicídios.
O PCC matou três agentes penitenciários federais, entre setembro de 2016 e maio deste ano, de acordo com investigações da PF.
Para executar os atentados, o PCC criou células de inteligência que, entre outras ações, monitoram a rotina dos agentes públicos escolhidos como alvos, indicam apurações da própria PF, do MPF (Ministério Público Federal) e do MP-SP (Ministério Público de São Paulo).
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