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Paraguai prende membro do PCC acusado de tentar matar agente penitenciário

Polícia paraguaia prende membro do PCC Rafael Gustavo dos Santos, o " Ponto 50" - Reprodução
Polícia paraguaia prende membro do PCC Rafael Gustavo dos Santos, o " Ponto 50" Imagem: Reprodução

Flávio Costa

Do UOL, em São Paulo

09/09/2017 20h24

Agentes da Polícia Nacional do Paraguai prenderam nesta sexta-feira (8) quatro membros do PCC (Primeiro Comando da Capital), a maior facção criminosa brasileira.

Entre os detidos em uma casa na cidade de Pedro Juan Caballero, está Rafael Gustavo dos Santos, 23, conhecido pelo apelido de "Ponto 50". Ele é acusado de envolvimento na tentativa de homicídio de um agente penitenciário do Estado do Paraná. O atentado aconteceu no último dia 13 de junho, em Toledo (PR) --cidade do oeste paranaense, distante 457 km de Curitiba.

Rafael Gustavo dos Santos, membro do PCC, posa com armas - Reprodução - Reprodução
Rafael Gustavo dos Santos, membro do PCC, posa com armas
Imagem: Reprodução

No local, policiais paraguaios encontraram fotografias dos suspeitos posando com armamento pesado. 

Famosa por ser um "polo de contrabando" no Cone Sul, a cidade de Pedro Juan Caballero faz fronteira seca com Brasil e é também estratégica do ponto de vista do tráfico internacional de drogas. Após a morte do capo paraguaio Jorge Rafaat Toumani, em junho de 2016, arquitetada e executada por membros do PCC, a região sedia uma espécie de guerra do narcotráfico.

"Membros do PCC que participaram do atentado cruzam a toda instante a fronteira e estão presentes em grande número nesta cidade", afirmou ao UOL um agente do Departamento de Narcóticos da Polícia Civil de São Paulo.

PCC é a maior ameaça ao Paraguai

Autoridades paraguaias consideram o PCC a maior ameaça à segurança pública do país vizinho.

"Já detectamos a instalação do PCC em diferentes departamentos do Estado do Paraguai, sobretudo na região fronteiriça. Um dos exemplos dessa preocupação é a magnitude do roubo à empresa Prosegur em Ciudad del Este", afirmou, em entrevista ao UOL, o procurador Hugo Volpe.

Em abril deste ano, um grupo de assaltantes invadiu as instalações da empresa de transporte de valores Prosegur em Ciudad del Este, na fronteira do Brasil com o Paraguai, e roubou US$ 40 milhões (cerca de R$ 126 milhões). "Acreditamos que há gente do PCC nisso. Acreditamos que o PCC é maior organização criminosa do Paraguai", disse o procurador paraguaio.

No mês de agosto, em uma ação de cooperação de inteligência, a Polícia Nacional do Paraguai prendeu e deportou 14 integrantes do PCC. A operação, que contou com ajuda de órgão brasileiros, também foi realizada em Pedro Juan Caballero.

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Além da posição estratégica no narcotráfico da região --é o maior produtor de maconha da América do Sul e serve de entreposto para produção de pasta base de cocaína da Bolívia, Peru e Colômbia e que é traficada ao Brasil--, o Paraguai tornou-se uma espécie de refúgios de criminosos brasileiros.

"Verificamos que no caso dos agentes penitenciários federais assassinados no Paraná, os criminosos fugiram em direção à fronteira com esse país", afirmou um investigador da PF (Polícia Federal), que trabalha na investigação dos homicídios.

O PCC matou três agentes penitenciários federais, entre setembro de 2016 e maio deste ano, de acordo com investigações da PF.

Para executar os atentados, o PCC criou células de inteligência que, entre outras ações, monitoram a rotina dos agentes públicos escolhidos como alvosindicam apurações da própria PF, do MPF (Ministério Público Federal) e do MP-SP (Ministério Público de São Paulo).

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