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Antes de julgamento, familiares de agentes acusados de chacina protestam em SP

Familiares do guarda municipal protestam contra a prisão dele - Luís Adorno/UOL
Familiares do guarda municipal protestam contra a prisão dele Imagem: Luís Adorno/UOL

Luís Adorno

Do UOL, em São Paulo

18/09/2017 13h39

A vendedora Eliete Moreira, 43, é casada com o guarda municipal Sergio Manhanhã há 25 anos. Para ela, a prisão de seu marido é uma "armação". "Ele está há 1 ano e 9 meses preso injustamente. Precisavam prender um guarda e escolheram ele. A gente se compadece pelo o que aconteceu com as famílias das vítimas, mas ele é inocente", afirma.

Manhanhã é um dos três réus que serão julgados, a partir desta segunda-feira (18), acusados de participação em 17 assassinatos e em sete tentativas de homicídio ocorridos no dia 13 de agosto de 2015 em cidades da Grande São Paulo.

Ao todo, 23 pessoas foram mortas em 8 e 13 de agosto daquele ano nas cidades de Osasco, Barueri, Itapevi e Carapicuíba. O episódio ficou marcado como a maior chacina da história democrática de São Paulo.

Além Eliete, cerca de 15 familiares de Manhanhã estavam em frente ao fórum em apoio ao guarda. Alguns guardas municipais vestem uma camiseta branca pedindo a liberdade do GCM.

Também estão presentes os familiares do policial militar Victor Cristilder, outro acusado pelos crimes. As duas famílias estão unidas. Cristilder não será julgado hoje, mas os familiares, em coro, afirmam: "soltem os inocentes".

O advogado Nilton Nunes, que defende o PM da Rota Fabricio Eleutério afirmou rapidamente que "a tese da defesa é a verdade".

Segundo o advogado, "não há dúvidas de que Eleutério não participou de todos os atos abomináveis os quais está sendo acusado". Para ele, a testemunha que o reconhece apresentou diversas contradições.

Na mesma linha, o advogado Fernando Capano, que defende Thiago Henklein, diz esperar que o policial seja absolvido por todos os atos dos quais é acusado. "Está provado que ele não estava nos crimes. A acusação é frágil", diz.

Para o promotor Marcelo Oliveira, "não há dúvidas de que os quatro acusados estão envolvidos nos crimes". Ele diz esperar que seja feita "justiça". Segundo ele, há uma vítima que acusou PMs na polícia e, por medo de represália, não confirmou na Justiça.

"Espero que as provas que não foram produzidas em razão do medo sejam consideradas", afirmou o promotor.

A expectativa é de que o primeiro dia de julgamentos, que pode chegar a 12 dias, acabe por volta 20h.