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Rocinha tem novos tiroteios após retirada de tropas do Exército

Vista geral da favela da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro - FÁBIO MOTTA/ESTADÃO CONTEÚDO
Vista geral da favela da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro Imagem: FÁBIO MOTTA/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, no Rio

02/10/2017 10h43

Policiais militares realizam nesta segunda-feira (2) mais uma operação contra o tráfico de drogas na região da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro, no terceiro dia após a retirada das tropas do Exército e o fim do cerco militar à favela. Segundo a página OTT (Onde Tem Tiroteio), que faz um mapeamento não oficial de tiroteios na cidade, houve confronto às 9h16.

A PM ainda não se posicionou oficialmente sobre a suposta troca de tiros relatada nas redes sociais.

De acordo com a corporação, homens do BAC (Batalhão de Ações com Cães) fazem uma incursão nesta manhã pelo morro do Vidigal, localizado na mesma região da Rocinha.

Desde a última sexta-feira (22), quando as Forças Armadas desmontaram a operação de ocupação da Rocinha e do entorno comunidade, os tiroteios têm ocorrido com frequência. Somente no domingo (1º), houve dois confrontos: um deles na rua 1, por volta das 8h20, e outro em uma localidade conhecida como Vila Verde, 12h. "Houve confronto, sem prisão ou apreensão de materiais. Não houve registro de feridos", informou a PM, em nota.

Também há relatos de que policiais do Batalhão de Choque teriam, durante a última madrugada, trocado disparos com criminosos. Houve uma ação na região e, conforme divulgado pela Polícia Militar, os militares apreenderam drogas escondidas em uma área de mata, nos arredores de uma localidade conhecida como Roupa Suja. A troca de tiros, no entanto, ainda não foi confirmada pela corporação.

O efetivo composto por militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica deixou a Rocinha depois de uma semana ocupando o terreno em apoio às polícias Militar e Civil. A operação foi uma resposta do Estado aos tiroteios que ocorreram no último mês devido a uma disputa entre grupos rivais pelo tráfico de drogas. Em somente dois dias, a briga deixou ao menos quatro mortos.

Com a saída das tropas federais, a tarefa de estabelecer a ordem e a segurança na favela foi assumida pelas forças de segurança do Estado.

Disputa entre traficantes

Os confrontos na Rocinha se intensificaram depois de uma tentativa de invasão, em 17 de setembro, quando criminosos leais ao ex-chefe do tráfico Antônio Bonfim Lopes, o Nem, atacaram o bando de Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, que passou a ditar as ordens na favela após a prisão do antecessor, em 2011.

O objetivo de Nem, que cumpre pena em Porto Velho (RO), é retomar o controle das bocas de fumo. Mesmo detido e fora do Estado, ele continua a dar ordens na quadrilha. Já o ex-aliado e agora rival, Rogério 157, está foragido e é procurado pela polícia. Na quinta-feira (28), forças especiais da PM fizeram uma operação no Complexo da Maré, conjunto de favelas da zona norte da cidade, após denúncias de que o traficante poderia estar escondido nas favelas Nova Holanda e Parque União. Ele não foi encontrado.

Até a noite de quinta, as forças de segurança prenderam 24 suspeitos durante as ações na Rocinha. Também foram apreendidos 25 fuzis, 14 granadas e sete bombas de fabricação caseira, segundo informou a Secretaria de Estado de Segurança Pública. Três suspeitos foram mortos durante confrontos entre policiais e criminosos.

Em uma semana de cerco, segundo o órgão estadual, a delegacia da Rocinha (11ª DP) conseguiu identificar 59 suspeitos de participação na tentativa de invasão à comunidade. (Com Estadão Conteúdo e Agência Brasil)

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