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Paciente que colou grau dentro de hospital de SC morre de câncer

Arquivo Pessoal
Imagem: Arquivo Pessoal

Lucas Teixeira

Colaboração para o UOL

03/10/2017 19h36

Vânia Willrich, 48, a paciente que colou grau em um hospital de Blumenau, em Santa Catarina, morreu na tarde do último sábado (30). A pedagoga lutava contra o câncer desde o ano passado.

De acordo com familiares, se formar era o sonho de Vânia. "Nem quando estava mais doente, deixou de ir para as aulas", conta Guilherme Willrich, filho da pedagoga, ao UOL. "Ela fez todas as provas e apresentou o TCC no meio do ano."

Vânia descobriu um câncer de mama no final de 2016. "Foi um baque porque uma irmã dela já havia falecido do mesmo tipo de câncer há 18 anos e o pai, de câncer de pulmão", conta o filho. Mas ela não se abalou. Depois de alguns meses de quimioterapia e a retirada de uma mama, viu-se livre do tumor.

"Mas, quando o cabelo já estava voltando a crescer, por volta de maio, ela começou a sentir fortes dores de cabeça", revela Guilherme. Depois de alguns exames, descobriu que estava com um tumor maligno no cérebro. "No início, ela ficou meio triste, mas depois disse que a doença não derrubá-la."

Vânia estava empenhada em conquistar seu sonho de se formar em pedagogia. "Ela foi para a aula careca, quando ficou mais fraca foi de muletas e já no fim, de cadeira de rodas, meu pai a levava e buscava na sala", lembra o filho.

Ela conseguiu realizar todas as provas e apresentar o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Seu estado de saúde, no entanto, não melhorou.

O marido, Carlos Alberto, fechou a loja que tinha no centro da cidade para ajudar a cuidar da esposa. "Ela já não conseguia maia fazer as coisas", conta Guilherme. O filho também tirou férias do emprego para ajudar em casa.

No dia 21 de setembro, Vânia foi hospitalizada. Os médicos haviam descoberto um novo tumor maligno, agora na coluna.

"Na última terça (26), os médicos chamaram eu e meu pai e falaram que ela não tinha muito tempo de vida, perguntaram se havia algum último desejo que pudéssemos realizar", conta Guilherme. Foi assim que veio a ideia da colação de grau, originalmente marcada para o próximo fim de semana.

O Hospital Santo Antônio entrou em contato com a universidade de Vânia, Uniasselvi, e, junto com família e alguns colegas, eles realizaram no mesmo dia a cerimônia de diplomação de Vânia.

"No dia seguinte, ela ainda estava feliz, maquiada. Disse para as enfermeiras: 'acordei uma diva'", revela o filho. "Ela era muito alto astral." Vânia morreu em decorrência do câncer quatro dias depois.

De acordo com o filho, a imagem que fica é de uma mulher muito positiva. "Ela sempre foi bem pra cima. Ia para Argentina com meu pai de moto, eles faziam muitas amizades", lembra. "Isso não mudou com a doença, ela sempre fazia brincadeiras, piadas."