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Mulher vai a hospital com dores abdominais e sai sem movimento do braço em SP

6.nov.2017 - Jovem teve de colocar três pinos no ombro após queda  - Arquivo Pessoal
6.nov.2017 - Jovem teve de colocar três pinos no ombro após queda Imagem: Arquivo Pessoal

Eduardo Carneiro

Colaboração para o UOL

06/11/2017 19h36

Uma mulher que deu entrada no Hospital Municipal de São Vicente, litoral sul de São Paulo, com quadro de infecção urinária diz estar há quase dois meses sem conseguir movimentar o braço. Segundo a jovem, a equipe médica do hospital cometeu um erro durante uma cirurgia. A Secretaria de Saúde da cidade está apurando o caso.

O drama da auxiliar de enfermagem Eduarda Francisco da Anunciação Sampaio, 26 anos, começou na madrugada do dia 4 de setembro. Ela buscou ajuda por causa de fortes dores abdominais provocadas pela infecção e foi medicada no hospital. No entanto, teve uma convulsão e sofreu uma queda enquanto aguardava no corredor para realizar um exame de sangue.

“Fui direto pra emergência. Acordei no dia seguinte sentindo dor no braço e questionei a enfermeira. Fiz um raio-x e eles constataram a fratura. Um médico veio, tentou colocar o braço no lugar, mas não conseguiu. Tive que ser internada para fazer cirurgia. Neste tempo, fiquei com o braço imobilizado e a mão mexia normalmente”, relata Eduarda ao UOL.

A cirurgia foi realizada pela equipe do hospital no dia 11 de setembro, Três pinos foram colocados no ombro da auxiliar de enfermagem, que estranhou uma reação que teve no pós-operatório.

“Não conseguia mexer e nem sentia o braço. A enfermeira disse que era uma coisa normal, da anestesia, e que em dois dias eu sentiria normalmente. Mas voltei lá no dia 18 sem os movimentos e eles pediram novos exames. Constataram que sofri lesão no nervo plexo branquial. Meu nervo foi lesionado na cirurgia”, acusa Eduarda.

Jovem ficou sem os movimentos do braço após cirurgia - Arquivo Pessoal  - Arquivo Pessoal
6.nov.2017 - Jovem ficou sem os movimentos do braço após cirurgia
Imagem: Arquivo Pessoal

A auxiliar de enfermagem diz que ninguém do hospital assumiu o erro médico na operação, mas que os profissionais buscaram contato com um neurocirurgião que poderia ajudá-la na recuperação. “Fiquei mais dez dias internada em outubro e nada. Ficaram de ver uma vaga na Santa Casa, para eu passar por este profissional, mas não conseguiram a transferência”.

O drama de Eduarda continua ao menos até o dia 28 de dezembro. Esta é a data que um outro neurocirurgião poderá atendê-la em consulta. “Estou fazendo fisioterapia, mas preciso de ajuda dos outros para todas as atividades do dia a dia. Morava sozinha e tive que voltar a morar com familiares”, desabafa.

A auxiliar ouviu dos médicos que as chances de ter sequelas são grandes, e isso passa pela realização da cirurgia restauradora. “Se fizer a operação o quanto antes, parece que tem 75% de chances de recuperar. Recuperar os movimentos, porque a força (do braço) nunca mais será a mesma”, lamenta.

Em contato com o UOL, a Prefeitura de São Vicente, responsável pelo hospital, informou que o caso da jovem já está sendo acompanhado pela Secretaria de Saúde do município.