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Polícia gaúcha tenta desvendar mistério de crânios humanos encontrados em parque

Policial examina local onde crânios foram encontrados no RS - Polícia Civil / Divulgação
Policial examina local onde crânios foram encontrados no RS Imagem: Polícia Civil / Divulgação

Luciano Nagel

Colaboração para o UOL, em Porto Alegre

15/11/2017 15h48

A Polícia Civil no Rio Grande do Sul tenta descobrir a origem de dois crânios humanos encontrados no Parque do Trabalhador, na cidade de São Leopoldo, região metropolitana do Estado. A principal hipótese dos investigadores é que eles sejam de crianças, mas a polícia diz ainda não ter muitas pistas de quem elas são e de como morreram.

Os crânios foram encontrados no último domingo por uma pessoa que passava pelo parque. Eles estavam dentro de um antigo reservatório de água, que fica próximo à rodovia BR-116.

A polícia está investigando se os crânios pertencem aos corpos de crianças encontradas esquartejadas na cidade vizinha de Novo Hamburgo, no início de setembro. Na ocasião, um catador de lixo que andava na estrada Porto das Tranqueiras, no bairro Lomba Grande, encontrou um tórax de um corpo humano dentro de uma sacola deixada à beira da estrada.

Próximo à sacola, duas caixas continham partes de dois corpos esquartejados e decapitados. Porém, faltavam as cabeças das vítimas, de acordo com a polícia.

Passados alguns dias do caso, o IGP (Instituto Geral de Perícias) do Rio Grande do Sul emitiu um laudo afirmando que os restos mortais se tratavam de duas crianças, um menino e uma menina, com idades entre 8 e 12 anos.

As impressões digitais dos cadáveres foram tiradas, mas os técnicos do IGP não encontraram nenhum registro correspondente no banco de dados do Estado. Isso levou a polícia a estabelecer duas hipóteses para o crime: as crianças podem ter nascido em outro Estado, ou nunca foram registradas.

Outro indício que intrigou a polícia está relacionado às caixas de papelão onde os restos mortais foram achados.

“Nas caixas de papelão há (impressa) uma marca de sabão em pó que não é comercializada aqui no Rio Grande do Sul. Esta marca de sabão é comercializada em Pernambuco e não é revendida aqui no sul do Brasil”, disse o delegado do departamento de homicídios de Novo Hamburgo, Rogério Baggio Berbicz.

Em paralelo, não há registro de desaparecimento recente de crianças nos 14 municípios da região, conhecida como Vale dos Sinos.

Ou seja, a polícia investiga se as mortes aconteceram em outra parte do Brasil e os corpos foram ocultados em São Leopoldo e Novo Hamburgo. Ou ainda, se as crianças eram de outra cidade, mas morreram na região.

Só um laudo pericial -- que envolve exame de DNA e ainda não está pronto -- vai dizer se os crânios achados no domingo correspondem aos restos mortais encontrados em setembro.

Contudo, isso não trará necessariamente a resposta ao mistério. A polícia ainda terá que descobrir quem são as vítimas e como elas morreram.

Ainda não está claro, por exemplo, se as crianças foram vítimas de um crime, acidente ou se tiveram morte natural. No caso de crime, seria preciso ainda saber qual seria a motivação do assassino.

A polícia disse que está trabalhando para resolver o caso, mas também pede que quem tiver informações sobre o caso entre em contato com equipes da Polícia Civil de São Leopoldo ou Novo Hamburgo.