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Promotoria afirma que jovem morta em MG ao dar carona foi estuprada; 3 são denunciados

Kelly Cadamuro, 22, e juntava dinheiro para se casar com engenheiro de 28 anos - Reprodução/Facebook
Kelly Cadamuro, 22, e juntava dinheiro para se casar com engenheiro de 28 anos Imagem: Reprodução/Facebook

Luís Adorno

Do UOL, em São Paulo

21/11/2017 16h08

O Ministério Público em Minas Gerais afirmou na tarde desta terça-feira (21) que a radiologista Kelly Cristina Cadamuro, 22, foi vítima de estupro antes de ser assassinada ao ceder uma carona cobrada, combinada pelo WhatsApp. O crime aconteceu em Frutal, cidade do interior de Minas Gerais, no dia 1º de novembro deste ano.

O promotor Fabrício Costa Lopo afirmou que o principal suspeito do crime, Jonathan Pereira do Prado, 33, tentou manter "algum tipo de ato libidinoso, ainda que diverso da conjunção carnal" com a vitima. Lopo não deu detalhes, mas disse que o agressor não conseguiu consumar a conjunção carnal. 

A reportagem apurou que o fato do corpo da vítima ter sido encontrado sem calças na beira de um rio reforçou as suspeitas da polícia e do Ministério Público sobre a hipótese de estupro. O código penal diz que a prática à força de ato libidinoso é considerada estupro, mesmo que a conjunção carnal não tenha ocorrido. 

Prado está preso e disse que praticou o assassinato, mas negou ter estuprado a vítima.

Indiciados

Além de Prado, outros dois homens, que são suspeitos de receptarem o carro da radiologista, também estão presos. A Promotoria denunciou os três.

Em nota, o Ministério Público informou que, durante a viagem de carro, o Prado pediu para que a vítima parasse o veículo. Depois disso, ele teria aplicado um golpe em Kelly, provocando sufocamento, até ela desmaiar.

Conforme a denúncia, Prado teria retirado a vítima ainda com vida do carro e a arrastado por alguns metros até um matagal, onde teria praticado o estupro.

O corpo de Kelly foi encontrado na beira de um rio. A polícia reuniu indícios e conseguiu localizar e prender Prado e seus comparsas. 

Prado foi denunciado por latrocínio (roubo seguido de morte), estupro, ocultação de cadáver e fraude processual, com os agravantes de ser reincidente e de ter cometido o crime por meio cruel, em estado de embriaguez e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima.

Ele já era considerado foragido da polícia por outros crimes. O Ministério Público não explicou qual foi a fraude processual cometida por ele nem deu detalhes sobre seu estado de embriaguez. 

Kelly viajava de sua cidade, São José do Rio Preto (SP), para Itapagipe (MG), onde visitaria seu namorado, um engenheiro de 28 anos. Kelly vivia com os pais e juntava dinheiro para se casar com o namorado, por isso tentava economizar nas viagens dando carona paga.

Segundo a Polícia Civil, que investigou o caso, Prado matou Kelly com socos e com estrangulamento. Procurado, o delegado Bruno Giovanini informou que o inquérito já foi finalizado e que a investigação vai seguir com o Ministério Público.

Segundo a Agência Estado, um quarto homem teria sido identificado pela Polícia Civil. No entanto, essa outra pessoa não foi localizada e denunciada pelo Ministério Público. A família critica o trabalho da polícia.

Kelly Cadamuro - Reprodução/Facebook - Reprodução/Facebook
Kelly Cadamuro viajava para o interior de MG, no feriado, para ver o namorado
Imagem: Reprodução/Facebook

Na última sexta-feira (17) familiares se reuniram com um representante do promotor Fabrício Costa Lopo para cobrar uma investigação melhor. A polícia não comentou as críticas.

"No meu ponto de vista, o inquérito policial foi muito bem formulado, mas o resultado é prematuro porque há coisas a serem esclarecidas. E, num caso como esse, é preciso que tudo fique muito claro, para que haja justiça, na condenação do criminoso, e para que a família fique ao menos um pouco aliviada", disse ao UOL o advogado da família, Jorge Argemiro de Souza Filho.