Polícia vai analisar imagens de câmera da rua onde menino morreu por bala perdida em SP
A polícia deve receber nesta quinta-feira (4) as imagens da câmera de segurança de uma casa localizada na mesma rua da residência onde o menino Arthur Aparecido Bencid Silva, 5, morreu após ser atingido por uma bala perdida durante o Réveillon em São Paulo.
Elas serão analisadas por investigadores do 89º Distrito Policial, no Morumbi, em busca de fatos que possam ajudar a esclarecer o caso.
“Solicitamos ao proprietário da casa que nos entregasse essas imagens. Ele falou que iria providenciar a gravação e que iria comparecer à delegacia ainda hoje”, afirmou o delegado Antônio Sucupira Neto. A casa, segundo ele, fica próxima à residência onde Arthur foi atingido. Não há previsão de divulgação dessas imagens.
Arthur foi baleado enquanto brincava no quintal de uma casa da família, que comemorava a chegada do Ano-Novo. Durante a queima de fogos, nos primeiros minutos do dia 1º de janeiro, o garoto caiu no chão, sem motivo aparente. Somente após levá-lo a um hospital, os familiares descobriram que ele havia sido atingido por um tiro na cabeça.
Durante as investigações, a polícia chegou a deter na noite de terça-feira (2) um jovem que admitiu ter feito disparos para o alto para celebrar o Ano-Novo com um revólver de calibre 38 ---o mesmo do projétil retirado do corpo do menino. A principal hipótese da polícia é que um dos projéteis tenha subido a certa altura e, ao cair, tenha atingido o menino acidentalmente.
O suspeito disse, no entanto, que fez os disparos a mais de três quilômetros de onde estava a vítima --se isso for verdade, seria praticamente impossível que um dos tiros tenha atingido Arthur.
Os policiais que conduzem a investigação pediram a prisão temporária do suspeito à Justiça, mas a solicitação foi negada por falta de provas e ele acabou liberado horas depois. O pai do menino criticou a decisão.
Perícia
A polícia informou também nesta quinta-feira (4) que encaminhou para perícia o projétil que foi retirado da cabeça de Arthur e a arma que foi apreendida com o suspeito na madrugada do dia 1º - quando ele foi detido por posse ilegal de armas e liberado após pagamento de fiança.
Peritos do Instituto de Criminalística realizarão um exame de confronto balístico para comprovar se a bala saiu ou não daquele revólver. Isso porque o cano de cada arma possui sulcos espirais que deixam marcas únicas nos projéteis durante os disparos.
"Essas ranhuras nós dizemos que são consideradas como o DNA das armas, já que elas ficam marcadas nos projéteis", explicou o delegado. O exame, segundo ele, deve levar de três dias a uma semana para ficar pronto.
Novos depoimentos
Três amigos que estariam com o suspeito no momento em que ele efetuou os disparos chegaram à delegacia por volta das 14h desta quinta para prestar depoimento à polícia.
Segundo o delegado, eles se apresentaram voluntariamente e estão sendo ouvidos separadamente. As declarações dadas por eles, de acordo com Sucupira Neto, são importantes pois podem confirmar ou não a versão do suspeito de que ele teria atirado longe da casa onde estava Arthur.
Também deve ser ouvida pela polícia nos próximos dias uma parente de Arthur, que seria enfermeira e que teria realizado um primeiro atendimento ao garoto, além de acompanhar a busca por socorro médico.
A mãe e o pai do menino foram à delegacia para prestar depoimento na tarde de ontem (3). "A gente vem aqui destruído, mas a gente tem que ajudar a polícia, cumprir nosso papel de dar o depoimento. A gente espera que tenha um final de certa forma justo", declarou David Santos, pai de Arthur.
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