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Perícia acha cápsulas de munição restrita a uso da polícia em local da 1ª chacina de SP no ano

Polícia Civil investiga quem são os autores e a motivação do crime - UOL
Polícia Civil investiga quem são os autores e a motivação do crime Imagem: UOL

Luís Adorno

Do UOL, em São Paulo

08/01/2018 14h06Atualizada em 08/01/2018 22h56

Peritos do DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa), da Polícia Civil, encontraram quatro cápsulas deflagradas de pistola .40 no local onde seis pessoas foram baleadas, sendo que quatro delas morreram, na madrugada de domingo (7). Esse tipo de armamento não pode ser comprado pela população em geral. Em São Paulo, ele é vendido apenas para forças policiais, colecionadores e atiradores esportivos.

Foram encontrados mortos, com perfurações de tiros, em ruas diferentes de Pirituba, na zona oeste da capital, Luis Vagner Gonçalves de Oliveira, 18, Bryan Dantas de Carvalho, 16, Willian Tomaz Oliveira Leite, 25, e Matheus da Silva Rocha, 18. Outros dois homens, de 46 e 48 anos, também foram baleados e estão internados, segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública).

De acordo com a Polícia Civil, Luis, Bryan e Matheus foram baleados por volta das 3h30 na rua Duarte Moreira. Bryan e Matheus morreram no local. Luis, no hospital Vila Penteado, onde chegou ainda com vida. Próximo dali, na rua Brasilina Vieira Simões, Willian também foi baleado e socorrido ao hospital de Pirituba, onde não resistiu aos ferimentos.

A investigação aponta que as mortes podem ter ligação. Segundo testemunhas, os amigos conversavam na frente da casa do menor de idade, quando os assassinos desceram de um Fiat Palio prata e, sem falar nada, atiraram contra os jovens. Sem levar nada, os criminosos fugiram em disparada.

Três cápsulas de pistolas de uso da polícia foram encontradas ao lado do corpo de Willian. "Neste local, foi feita perícia e foram localizadas três cápsulas deflagradas de pistola .40, um fragmento de camisa e três fragmentos de chumbo", relatou a perícia em um registro que é investigado pelo DHPP. A outra, ao lado de Matheus.

A Polícia Civil informou que as vítimas sobreviventes e testemunhas serão ouvidas assim que possível. Diligências na região, para possível colheita de provas, foram feitas nesta segunda-feira (8).

A Polícia Civil não relaciona, ainda, as cápsulas encontradas com um suposto envolvimento de policiais na cena do crime. Isso porque há relatos de que armamentos do tipo podem chegar até mãos de criminosos após compra no Paraguai.

Procurada, a SSP informou que "o caso segue em investigação, por meio de inquérito policial, na 3ª Delegacia de Homicídios Múltiplos. O local foi periciado e exame necroscópico solicitado para as vítimas. A equipe policial realiza diligências para localizar testemunhas e imagens de câmeras de segurança que auxiliem na identificação e prisão dos autores."