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Motorista que atropelou 17 no Rio negou ter epilepsia ao validar CNH, diz Detran

Atropelamento no calçadão da praia de Copacabana matou um bebê e feriu 16 pessoas - Vanessa Ataliba/Brazil Photo Press
Atropelamento no calçadão da praia de Copacabana matou um bebê e feriu 16 pessoas Imagem: Vanessa Ataliba/Brazil Photo Press

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

19/01/2018 11h30

O Detran do Rio de Janeiro informou nesta sexta-feira (19) que Antônio Anaquim, o motorista que atropelou 17 pessoas no calçadão da praia de Copacabana, ontem (18), negou ter "qualquer doença neurológica", inclusive epilepsia, ao se submeter a exame de validação da CNH (Carteira Nacional de Habilitação).

À Polícia Civil, após o acidente, o condutor afirmou que perdeu a direção por conta de um ataque epiléptico. Em seu carro, foram encontrados remédios para tratamento da doença.

O órgão estadual informou que pessoas com epilepsia não são proibidas de dirigir, mas precisam passar por um exame neurológico antes da validação da CNH. "Quando apto para dirigir, o exame médico terá validade menor de acordo com a avaliação médica e o cidadão só poderá ter a CNH na categoria B (somente para carros)", informou o Detran.

Anaquim estava com a carteira de habilitação suspensa desde maio de 2014 --ao todo, ele possui 62 pontos acumulados na carteira. No entanto, ele não cumpriu com a exigência de devolução do documento para que fosse submetido a curso de reciclagem, conforme prevê a legislação. O Detran informou que já iniciou procedimento para cassar a CNH do suspeito.

O atropelamento ocorreu na orla de Copacabana, em plena avenida Atlântica (na altura da rua Figueiredo Magalhães), por volta de 20h30 desta quinta. O acidente matou um bebê de apenas oito meses e deixou 16 feridos.

Após perder a direção, o condutor passou pela ciclovia e invadiu o calçadão da praia, arrastando o que estava pela frente. O automóvel só parou ao chegar à areia da praia.

anaquim - Reprodução/Facebook/Antônio Anaquim - Reprodução/Facebook/Antônio Anaquim
Anaquim afirmou que sofre de epilepsia
Imagem: Reprodução/Facebook/Antônio Anaquim
Segundos após o atropelamento, a primeira reação dos funcionários do quiosque de comida peruana Inka, situado bem próximo ao local do acidente, foi levar extintores de incêndio até o veículo. "Vimos muita areia levantada e achamos que era fumaça", contou Roberto Mollinero, 19, dono do estabelecimento.

"As pessoas queriam levantar o carro para ver se não tinha alguém embaixo", disse. "E o motorista não saiu do carro. Teria apanhado se tivesse saído", relatou.

Segundo a "TV Globo", Anaquim prestou depoimento durante toda a madrugada e, como se dispôs a colaborar com a investigação, não será preso preventivamente. A Polícia Civil não encontrou sinais de ingestão de bebida alcoólica no exame feito pelo IML (Instituto Médico-Legal). Ele deve ser indiciado por homicídio culposo.

Atropelamento em Copacabana

UOL Notícias

Australiano em estado gravíssimo

Uma das 17 vítimas do atropelamento é um homem australiano de 68 anos e que, até o final da manhã desta sexta, estava em estado gravíssimo no Hospital Municipal Miguel Couto, também na zona sul.

O idoso, que sofreu um traumatismo craniano encefálico e fratura no ombro, respira com o auxílio de aparelhos. A identidade dele não foi divulgada pela Secretaria Municipal de Saúde.

No mesmo hospital estão outras oito pessoas atropeladas. Os casos mais delicados são o do australiano e de uma menina de sete anos que teve fratura do membro inferior esquerdo, trauma de face e escoriações múltiplas.

Sete vítimas foram encaminhadas para o Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro da cidade. São quatro homens, duas mulheres e um menino de dois anos, todos estáveis e com ferimentos sem gravidade, de acordo com a secretaria.