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Lava Jato: ex-secretário de Paes volta a ser preso e é denunciado por lavagem de dinheiro

23.jan.2018 - Ex-secretário municipal de Obras Alexandre Pinto volta a ser preso pela Lava Jato - Gabriel de Paiva/Agência O Globo
23.jan.2018 - Ex-secretário municipal de Obras Alexandre Pinto volta a ser preso pela Lava Jato Imagem: Gabriel de Paiva/Agência O Globo

Do UOL, em São Paulo

23/01/2018 06h47Atualizada em 23/01/2018 11h12

O ex-secretário de Obras da Prefeitura do Rio de Janeiro Alexandre Pinto da Silva, que atuou na gestão Eduardo Paes (PMDB), foi preso preventivamente na manhã desta terça-feira (23), em desdobramento da Operação Lava Jato. Além dele, a PF (Polícia Federal) e o MPF (Ministério Público Federal) cumprem mais oito mandados de prisão e 18 de busca e apreensão.

O ex-secretário foi denunciado pelo MPF por uma série de crimes de lavagem de dinheiro. Segundo a Lava Jato, ele teria realizado transações em nome da mãe e dos filhos para ocultar e dissimular a origem de patrimônio recebido ilicitamente da Carioca Engenharia, OAS e Andrade Gutierrez, empreiteiras contratadas para executar as obras da Transcarioca e da recuperação ambiental da Bacia de Jacarepaguá.

De acordo com a denúncia apresentada pela força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro, Pinto recebeu vantagens indevidas das empreiteiras pelo menos entre os anos de 2011 e 2014. A propina combinada correspondia a cerca de 1% do valor total de cada uma das obras e por estes fatos Alexandre já responde em outra ação penal pelos crimes de corrupção passiva e organização criminosa.

Foram identificadas também remessas ilegais de recursos ao exterior.

Batizada de Mãos à Obra, a operação investiga indícios de superfaturamento na obra do BRT Transbrasil, que liga o bairro de Deodoro ao centro do capital carioca pela avenida Brasil, orçada em R$ 1,4 bilhão. Prevista para ser inaugurada até os Jogos Olímpicos, a construção ainda não foi concluída.

Segundo a PF, cerca de 80 policiais federais cumprem os seis mandados de prisão preventiva (sem prazo), três mandados de prisão temporária (com prazo inicial de cinco dias) e 18 mandados de busca e apreensão expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio, do juiz Marcelo Bretas.

As investigações indicam a participação de dois ex-secretários municipais e um ex-subsecretário municipal em esquemas que envolviam recebimento de propina e desvio de recursos de grandes obras executadas pela SMO na capital fluminense.

A prisão de Silva foi pedida a partir das informações obtidas no acordo de colaboração premiada de duas pessoas, não identificadas pela polícia. Ele já havia sido preso anteriormente, em novembro de 2017, em outra etapa da investigação.

É a segunda vez que Alexandre Pinto é alvo da operação. O nome de Pinto aparece na delação premiada de Luciana Salles Parente, ex-integrante do conselho do consórcio formado pela OAS, Carioca Engenharia e Contern.
 
Por isso, ele já havia sido preso em agosto do ano passado, sob a suspeita de receber propina decorrente das obras de um dos trechos do BRT Transcarioca, que liga o Aeroporto Galeão à Penha

Outros servidores municipais, fiscais de contrato, e um doleiro, também são investigados por participação na atividade criminosa.

Tradutor: Ex-secretário de Obras do Rio volta a ser preso durante Operação Lava Jato