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Polícia prende suspeito de chefiar receptação de celulares roubados no Carnaval de SP

Celulares de origem ilícita apreendidos com porteiro na região central de SP - Deic/Divulgação
Celulares de origem ilícita apreendidos com porteiro na região central de SP Imagem: Deic/Divulgação

Do UOL, em São Paulo

11/02/2018 16h22

Equipes do Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubo), vinculadas ao Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), prenderam na noite desse sábado (10) um porteiro suspeito de coordenar um dos principais esquemas de receptação de celulares de origem ilícita na região central de São Paulo.

Segundo a assessoria de imprensa do Deic, Francisco das Chagas Pereira Macedo, 45, usava as dependências do prédio onde trabalhava como depósito dos produtos, no bairro da República. Na ação, foram apreendidos em torno de 300 aparelhos que seriam objeto de furto ou roubo. Parte do produto estava na própria portaria em que Macedo trabalhava, e outra parte, em um buraco próximo à caixa d'água da edificação.

Além do porteiro, na operação também foi presa uma mulher que, segundo a Polícia Civil, seria especializada nesse tipo de crime. Fernanda Maranhão Arouche, 27, formou-se ano passado em nutrição, em uma universidade privada da capital, e mora no prédio onde Macedo era porteiro.

Aparelhos estavam em prédio com porteiro que os repassaria a imigrantes, segundo o Deic - Deic/Divulgação - Deic/Divulgação
Aparelhos estavam em prédio com porteiro que os repassaria a imigrantes, segundo o Deic
Imagem: Deic/Divulgação

De acordo com o Deic, em dezembro passado a jovem já havia sido presa com 11 celulares furtados em um evento no Anhembi, na zona norte, mas acabou liberada em audiência de custódia menos de 24 horas depois do flagrante.

Conforme o delegado-supervisor do Deic, Mario Palumbo, a operação faz parte de uma ação do Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos) desenvolvida desde o início do Carnaval com a finalidade de combater crimes em locais de maior concentração de foliões.

"Os policiais ficam disfarçados no meio da multidão, se passando por foliões --muitas vezes, com regatas e bermudas --, e realizam os levantamentos para depois prenderem quem pratica crimes nessas ocasiões. Ontem (10) mesmo, em uma ação dessas, identificamos em um bloco também no centro um traficante nigeriano", afirmou.

Palumbo disse que o porteiro, que fazia o turno da noite, relatou que recebia celulares furtados ou roubados de boa parte dos indivíduos que agem na região e os revendia a imigrantes, os quais, por sua vez, os revendem – inteiros, ou por peças --, segundo o delegado, em pontos da região central.

"A vítima nunca tem culpa. Mas alguns cuidados podem minimizar os riscos --como, por exemplo, não fazer selfies no meio da multidão, nem ficar consultando redes sociais ou atender telefonemas no meio de muita gente, porque os criminosos passam e arrancam o aparelho das mãos", disse o delegado.

Contra furtos de celulares nos blocos, o delegado também orientou o folião a jamais deixar o aparelho no bolso de trás.

A dupla presa no prédio foi autuada por receptação e encaminhada à 3ª Delegacia Divecar (Investigações sobre Desmanches Ilegais).