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Criança é baleada na zona oeste do Rio; região tem 3 casos em 1 semana

Marcela Lemos

Colaboração para o UOL, no Rio

14/02/2018 14h18

Os intensos confrontos registrados na região do bairro da Praça Seca, na zona oeste do Rio, fizeram mais uma vítima na madrugada desta quarta-feira (14). Desta vez, um adolescente de 12 anos foi baleado na comunidade do Bateau Mouche.

O menino foi atingido na perna direita e foi socorrido por familiares ao Hospital Lourenço Jorge. Não há informações sobre o estado de saúde dele.

À polícia, a tia que acompanha o menino na unidade, disse que ele foi ferido ao sair da casa da namorada. Em nota, a PM informou que não realizou operações na comunidade nesta quarta-feira.

Desde o início do mês, a região da praça Seca tem vivido uma guerra entre traficantes e milicianos. Na última sexta-feira (9), uma adolescente já havia sido baleada na cabeça. Evely da Silva Coelho, 15, não resistiu.

Segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde, a menina chegou a ser submetida a uma cirurgia de emergência, mas faleceu na noite de sábado (10).

No mesmo dia, uma criança de 7 anos também foi alvo de bala perdida na favela. Luis Miguel Oliveira estava em casa com os pais quando foi atingido de raspão no ombro por um dos disparos.

A vítima foi levada ao Hospital Salgado Filho, no Meier, na zona norte, onde passou por exames, fez curativo e foi liberado.

Tensão na região se intensificou no início do mês

A tensão no Bateau Mouche aumentou desde o começo do mês, quando um grupo de homens armados invadiu a região.

De acordo com a polícia, a invasão é liderada por Hélio Albino Filho, conhecido como Lica, que deixou a milícia local e pediu apoio a traficantes do Comando Vermelho (CV) --principal facção criminosa do Rio.

Lica chegou a ficar preso durante quatro meses em 2012, mas foi colocado em liberdade.

Rio tem seis menores de idade baleados em 2018

O adolescente baleado nesta quarta-feira, que não teve o nome divulgado, é a sexta criança ferida por arma de fogo somente neste ano. Três delas morreram.

Além de Evely, Emily Sofia, 3, foi morta em uma tentativa de assalto em Anchieta e o adolescente Jeremias Moraes da Silva, 13, morreu ao voltar de uma partida de futebol durante confronto da PM com traficantes na favela da Maré. Ambos os casos na zona norte da cidade.

Outra criança baleada foi o menino João Pedro, 4. O caso ocorreu na favela da Linha em São Gonçalo. Um levantamento da ONG Rio de Paz mostra que, desde de 2007, 44 crianças morreram vítimas de bala perdida no estado. Só no ano passado, 12 crianças foram mortas violentamente.