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Chuva destrói casas no Alemão: "tudo foi embora com a chuva"

15.fev.2018 - Morador do Alemão mostra a altura que chegou a água da chuva - Reprodução/Facebook
15.fev.2018 - Morador do Alemão mostra a altura que chegou a água da chuva Imagem: Reprodução/Facebook

Marina Lang

Colaboração para o UOL, no Rio

15/02/2018 12h13

Casas e muros foram destruídos pelo transbordamento do rio Faria Timbó, na Favelinha do Skol, comunidade que faz parte do Complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro, durante a chuva da madrugada desta quinta-feira (15).

Associações de moradores estimam que ao menos 200 famílias foram afetadas --o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil Municipal não divulgaram informações oficiais até o final da manhã de hoje.

Cerca de 50 casas desabaram, segundo a presidente da associação de moradores, Regina Dantas. “Não há mais condições de essas pessoas ficarem aqui”, disse.

Na manhã de hoje, moradores reclamam que a Defesa Civil ainda não havia aparecido a fim de auxiliar a comunidade. O órgão municipal não respondeu aos pedidos de informações feitos pela reportagem do UOL tampouco informou o número de famílias que estariam desalojadas.

“A Defesa Civil não compareceu ao local. Até agora, só quem veio aqui foi a polícia”, afirmou Regina, no final da manhã desta quinta.

O Corpo de Bombeiros disse que não tem informações a respeito da situação na Favelinha do Skol.

Segundo relatos de moradores, por volta de 1h desta quinta, o rio começou a transbordar nas imediações do Parque Everest. Casas localizadas nas margens do rio tiveram seus muros, portas e janelas completamente destruídos pela correnteza. A força das águas invadiu casas no interior da comunidade e destruiu pertences e eletrodomésticos dos moradores --uma máquina de lavar roupas que ficou completamente amassada.

A fim de evitar desabamentos, moradores derrubam na manhã de hoje os restos de concreto que sobraram dos muros.

Móveis, eletrodomésticos e utensílios se acumulam nas ruas, enquanto moradores tentam salvar os poucos pertences que lhes restaram.

Chorando, uma mulher disse que os pertences foram embora com a correnteza.

Meu filho e meu cachorro subiram a mureta, e tudo foi embora com a chuva.

“Ficou alto de água. Foi muito ruim e desesperador. Ver minha neta de 11 anos gritando, desesperada, foi horrível. Meu medo era que a casa desabasse e que eu iria morrer soterrada com a minha neta aqui dentro”, disse uma moradora, que conseguiu salvar materiais escolares.

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“Só sobrou a geladeira, a cama e a roupa da minha filha. Só estou com a roupa do corpo”, relatou um morador, informando que a água chegou a 1,80 m de altura.

“O rio estourou o muro porque não tem drenagem. É sempre assim, o Everest encheu e acaba com a nossa comunidade. Mas essa é a pior chuva que eu vi nos últimos tempos”, continuou ele, que perdeu aparelhos de ar-condicionado e máquina de lavar roupas.

“Minha irmã perdeu tudo, não tem nada. Está no hospital, na maternidade”, disse uma mulher aos prantos.

O temporal que atingiu a capital fluminense deixou ao menos quatro mortos nos bairros de Quintino e Cascadura, zona norte, e Realengo, zona oeste.