Casal encontra celular no mar e busca dono por 17 dias: "Precisamos de pessoas assim"
Um empresário do interior paulista teve seu pedido de Ano Novo atendido ao conseguir de volta um celular de R$ 3 mil que havia perdido no mar. Fernando Darcie, 35, viu, por meio de um aplicativo rastreador, que o aparelho chegou a ficar a mais de 100 m da costa após perdê-lo na noite de Réveillon. No mesmo dia, pela manhã, uma família encontrou o celular e demorou 17 dias para encontrar o dono e fazer a devolução.
“É de pessoas assim que precisamos”, comemora o empresário em entrevista ao UOL, sobre a atitude do casal Marcio e Josiane Almeida, que o procurou por mais de duas semanas até conseguir contato e devolver o aparelho através do correio.
Darcie, de Lençóis Paulista, passava a virada do ano com amigos na Barra do Sahy, litoral norte de São Paulo. Depois da virada, foi pular as tradicionais sete ondinhas para trazer sorte para 2018. Não foi a entrada de ano perfeita para ele...
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“Eu já tinha bebido um pouco e estava com uma camiseta de manga curta com bolso”, conta o empresário ao UOL. “Para pular as ondinhas, coloquei o celular lá. Foi quando ele caiu.”
Darcie conta que percebeu na hora que havia perdido o celular e pediu para que os amigos ligassem para o número. “Assim, a gente via pelo menos se a luzinha acendia, mas chamou algumas vezes e parou. Aí eu já dei por perdido, né?”, lembrou o empresário.
O paulista voltou até a casa onde estava hospedado e, com o aparelho de um amigo, procurou pelo celular que custa cerca de R$ 3 mil, pelo Google Maps. O mapa do rastreador apontava que ele estava a 700 metros de distância, no meio do mar.
Dadas as dificuldades e a probabilidade de o celular funcionar, o empresário desistiu da procura. “Voltei para a minha cidade e comprei outro, porque preciso para o trabalho”, conta. Ele chegou até a fazer postagens no Facebook em tom bem-humorado, falando que o aparelho "virou oferenda”.
No meio de janeiro, no dia 17, Darcie recebeu uma ligação do irmão contando que uma família havia achado o seu celular e estava, desde o primeiro dia do mês, à procura dele. O celular havia sido encontrado funcionando.
De acordo com Darcie, na noite de Ano Novo, a maré estava alta. Na manhã seguinte, a filhinha de 3 anos do casal Marcio e Josiane Almeida, que mora em São Sebastião, achou o aparelho - já que a maré havia baixado.
O empresário conta que o casal procurou por ele por 17 dias. “Como eu já havia bloqueado o celular e o número, eles não tinham como acessá-lo, chegaram até a postar no Facebook para ver se era de alguém da cidade”, relata. “Foi quando tiveram a ideia de tirar o cartão de memória e, em meio às fotos, acharam uns cartões de embarque e procuraram pelo meu nome.”
Marcio chegou a mandar mensagens pelo Facebook para Fernando, mas ele não viu. O casal procurou então pelo irmão do empresário, que tem um perfil de tatuagens, e conseguiu fazer contato. Os dois enviaram o aparelho pelo correio a Darcie.
“O que mais me impressiona é o quanto eles insistiram para entregar. Com tanta gente que se aproveita nesse mundo, tive a sorte de cair com pessoas tão boas”, afirma o empresário.
Darcie conta que, agora, considera o casal dois amigos. “Nos falamos muitas vezes desde então, desenvolvemos uma amizade.”
Como agradecimento, o empresário conta que enviou dois litros da melhor cachaça da cidade ao casal. “Assim que eu tiver um tempinho, vou à praia e com certeza quero dar um abraço neles”, afirma Darcie. “É de pessoas assim que precisamos.”
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