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O crime organizado quase tomou conta do Estado do Rio, diz Temer

Temer chama crime organizado de "metástase"; veja íntegra

UOL Notícias

Gustavo Maia e Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

16/02/2018 13h43Atualizada em 16/02/2018 16h33

Após assinar decreto que estabelece intervenção federal na segurança pública do Rio nesta sexta-feira (16), o presidente Michel Temer (MDB) justificou a medida dizendo que o crime organizado é uma “metástase” que “quase tomou conta do Estado”.

“Os senhores sabem que o crime organizado quase tomou conta do Estado do Rio de Janeiro. É uma metástase que se espalha pelo país e ameaça a tranquilidade do nosso povo”, declarou Temer

O presidente reconheceu que a intervenção é uma medida extrema, mas disse ser necessária porque “as circunstâncias assim exigem”.

“O governo [federal] dará respostas duras, firmes, e adotará todas as providências necessárias para enfrentar e derrotar o crime organizado e as quadrilhas”, afirmou.

Segundo o presidente, a intervenção foi construída em diálogo com o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (MDB), e o general Walter Souza Braga Netto, chefe do Comando Militar do Leste, que foi nomeado como interventor.

O presidente também afirmou que vai interromper a intervenção na Segurança Pública do Rio de Janeiro para votar a reforma da Previdência. Temer, contudo, não estabeleceu um prazo para a apreciação das mudanças na aposentadoria.

Em discurso logo após a fala de Temer, Pezão afirmou que as polícias Militar e Civil não conseguem mais deter a guerra entre facções. O presidente irá ao Rio neste sábado (17) para discutir a intervenção.

A crise na segurança pública no Rio se agravou no Carnaval quando cenas de arrastões e roubos pelas ruas da cidade se espalharam pelas redes sociais e disputaram espaço com o noticiário sobre a folia.

Pezão e o prefeito carioca, Marcelo Crivella (PRB), estavam fora da cidade. No retorno, o governador disse que o governo errou e que o planejamento na área de segurança falhou.

Carnaval no Rio tem arrastões, assaltos, mortes e saque

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"Nós não vamos aceitar que matem o nosso presente e nem continuem a assassinar o nosso futuro", declarou Temer nesta sexta.

"A desordem é a pior das guerras. Começamos uma batalha, em que nosso único caminho só pode ser o sucesso. E contamos com todos os homens e mulheres de bem ao nosso lado, apoiando e sendo vigilantes nessa luta", disse Temer.

"As polícias e as Forças Armadas estarão nas ruas, nas avenidas e nas comunidades. Nossos presídios não serão mais escritórios de bandidos, nem nossas praças continuarão a ser salões de festa do crime organizado. Nossas estradas devem ser rotas seguras para motoristas honestos", afirmou.

"Resgatamos o progresso e vamos restabelecer a ordem", diz Temer

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Em seu discurso, Temer fez uma menção ao lema nacional da República brasileira dizendo que seu governo já resgatou o progresso no país e agora vai "restabelecer a ordem".

Ao assinar o decreto, Temer estava acompanhado do governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (MDB), do presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), e de cinco ministros: Raul Jungmann (Defesa, Torquato Jardim (Justiça), Sérgio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional), Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) e Henrique Meirelles (Fazenda).