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3 mil militares realizam bloqueios em rodovias do Rio; ação ainda não segue decreto de intervenção

Além dos militares, participam agentes da Polícia Civil, Militar e da PRF  - José Lucena/ Futura Press/Estadão Conteúdo
Além dos militares, participam agentes da Polícia Civil, Militar e da PRF Imagem: José Lucena/ Futura Press/Estadão Conteúdo

Do UOL no Rio

19/02/2018 19h56

Em sua primeira ação desde que o governo assinou o decreto que prevê intervenção federal na área de segurança no Rio de Janeiro, as Forças Armadas realizam nesta segunda-feira (19) à noite uma operação nas divisas do Estado e em outras áreas da região metropolitana. Além dos militares, participam agentes da Polícia Civil, Militar e da PRF (Polícia Rodoviária Federal).

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, a ação não está relacionada ao decreto assinado na sexta passada, mas sim a outro de julho do ano passado, que autorizou a GLO (Garantia da Lei e da Ordem) no Estado. Ao menos 3.000 militares participaram da operação.

“As Forças Armadas realizam pontos bloqueios de controle e fiscalização nos acessos ao Rio, particularmente na BR-101, nas divisas norte e sul do Estado, além de trechos na região de São Gonçalo (comunidades do Salgueiro e Jardim Catarina); na BR-116, nas divisas nordeste e o sul do Estado, além de trechos da Baixada Fluminense; e na BR-040, nas divisas a oeste do Estado. Além desses locais, realizam patrulhamento ao longo do Arco Metropolitano”, informa a Secretaria.

Ainda de acordo com a Secretaria de Segurança, a ação pode ocasionar a interdição de setores do espaço aéreo, restringindo as operações de aeronaves civis.

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Apesar de o decreto já estar valendo após sua publicação, o CML informou, no fim de semana, que as ações da intervenção só serão tomadas após a aprovação do Congresso, o que deve acontecer ao longo desta semana. O texto deve ser votado na noite de hoje pela Câmara e, em seguida, vai ao Senado.

Em agenda nesta segunda-feira (19) pela manhã, o governador Luiz Fernando Pezão (MDB), negou que a segurança pública do Estado esteja sem comando e disse ser o responsável até que o decreto passe pelo crivo do Congresso.

Poucas horas depois, o ministro da Defesa Raul Jungmann afirmou, em Brasília, que, apesar de o texto ainda não ter sido votado, a área está sob o comando de Temer, e, consequentemente, do interventor, general do Exército Walter Braga Netto, atual líder do CML (Comando Militar do Leste).

A exoneração do secretário de Segurança Pública do Rio, Roberto Sá, foi publicada hoje no Diário Oficial do Estado. Sá havia protocolado o seu pedido na sexta-feira (16) e, até então, o governo não tinha se manifestado sobre o pedido de afastamento.

Com o decreto, o interventor militar nomeado pelo governo federal assume todas as forças de segurança do Rio, não cabendo mais a Pezão nenhuma atribuição na área.