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Vídeo de pornografia no WhatsApp motivou crime, diz suspeito de matar namorada em GO

José Carlos de Oliveira foi autuado por feminicídio após morte de Giselle Evangelista - Reprodução/Facebook
José Carlos de Oliveira foi autuado por feminicídio após morte de Giselle Evangelista Imagem: Reprodução/Facebook

Fabiana Marchezi

Colaboração para o UOL

19/02/2018 14h20

Um vídeo pornográfico recebido pelo WhatsApp teria sido o motivo do início da briga que terminou com a morte da servidora pública Giselle Evangelista, 38, em Goiás. O namorado dela, o comerciante José Carlos de Oliveira Júnior, 37, foi preso e confessou tê-la esganado até a morte. As informações foram confirmadas ao UOL nesta segunda-feira (19) pelo delegado Dannilo Proto, titular da Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios.

De acordo com o delegado, Oliveira Júnior, que já foi autuado por feminicídio, contou que a briga, por ciúmes, começou depois que ele recebeu um vídeo pornográfico pelo aplicativo de celular WhatsApp. “Segundo ele, a vítima estava usando o celular dele, quando chegaram algumas mensagens e um vídeo pornográfico pelo WhatsApp e ela começou a questioná-lo, por ciúmes. Eles começaram a brigar e ela teria cuspido no rosto dele. Então ele a empurrou, ela caiu no chão e ele a esganou com as mãos", disse Proto.

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O comerciante também disse à polícia, em vários momentos do depoimento, que se arrepende do que fez e que a relação era conturbada há algum tempo. O casal estava junto havia dois anos. Segundo a polícia, em 2017, o suspeito chegou a trair Giselle, mas ela decidiu continuar com ele. Porém, os dois tinham constantes discussões, principalmente por ciúmes.

Ainda segundo a polícia, em depoimento, Oliveira disse que eles planejavam se casar e que depois de matá-la teria se arrependido e tentado reanimá-la. "Ele disse que havia reformado o apartamento porque eles iam se casar e que quando caiu em si e viu o que tinha feito, tentou fazer procedimentos para reanimar a vítima. Ele disse que fez massagem cardíaca e colocou até um ventilador perto dela, mas não funcionou”, explicou Proto.

O suspeito, José Carlos de Oliveira Júnior, de 37 anos, foi encontrado pela polícia em um matagal - Divulgação / Polícia Civil de Goiás - Divulgação / Polícia Civil de Goiás
O suspeito, José Carlos de Oliveira Júnior, de 37 anos, foi encontrado pela polícia em um matagal
Imagem: Divulgação / Polícia Civil de Goiás

O caso

O corpo de Gisele foi encontrado por familiares na tarde de sexta-feira (16), dentro do apartamento do suspeito na Vila Alpes, em Goiânia. Já Oliveira Júnior foi encontrado no sábado (17) em uma mata de Pirenópolis, onde estaria escondido. Segundo a polícia, ele queria fugir para a casa de parentes em Minaçu, mas o carro dele quebrou no caminho.

Parentes de Giselle relataram que receberam uma ligação do trabalho dela na manhã de sexta-feira informando que ela não havia comparecido. Como não conseguiram falar com ela, tampouco com o namorado, decidiram ir até o apartamento dele, onde encontraram o corpo da servidora sobre a cama.

Imagens das câmeras de segurança do prédio mostraram o casal chegando ao local na madrugada de sexta e Oliveira saindo sozinho em seu carro, cerca de duas horas depois. Após localizar o veículo na rodovia GO-431, em Pirenópolis, a polícia fez buscas na região e conseguiu prendê-lo.

A pena para o crime de feminicídio varia entre 12 e 30 anos de prisão. Ele já teve a prisão preventiva decretada e passará por audiência de custódia nesta tarde. O UOL tentou contato com o advogado do comerciante, mas não teve retorno até o fechamento da reportagem.