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Após reclamação de Maia, Marun faz mea culpa e diz que "mal entendido" está superado

O ministro Carlos Marun (PMDB-MS) - Pedro Ladeira/Folhapress
O ministro Carlos Marun (PMDB-MS) Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Gustavo Maia

Do UOL, em Brasília

21/02/2018 17h16

Responsável pela articulação política do Palácio do Planalto, o ministro Carlos Marun (MDB-MS) disse nesta quarta-feira (21) que o governo "talvez" devesse ter comunicado o Congresso antes de anunciar as 15 pautas prioritárias da economia, na segunda (19), após a desistência da votação da reforma da Previdência. Com o "mea culpa", ele afirmou que o desgaste público com o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), "já é coisa superada".

Nesta terça (20), Maia demonstrou irritação ao dizer que a apresentação foi um "desrespeito" e que a agenda econômica do governo federal "não será pauta da Câmara". Dos itens apresentados, 11 já estão em tramitação no Congresso. "É meio sem sentido, os projetos já estão na Câmara. Se o governo quer uma pauta econômica a mais, apresente uma", afirmou.

Em visita de cortesia à Câmara, onde bateu "um papo" com os líderes da base governista e com Maia, Marun classificou o episódio de "mal-entendido" e negou que tenha sido criado um desgaste com o Congresso, fazendo questão de elogiar o presidente da Câmara e o do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE).

"Ontem houve um... Quer dizer, na verdade, como eu digo, nós reconhecemos e sabemos que a pauta é uma decisão dos presidentes das Casas Legislativas. O governo envia uma sugestão de priorização de alguns temas que já estão em discussão ou aqui no Parlamento ou na sociedade. Temas esses que entendemos que, se aprovados, melhorariam o ambiente da economia brasileira", declarou.

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A jornalistas, ele disse que a comunicação prévia deveria ter sido feito, "mesmo que [já] tivesse havido algumas discussões e contatos". "Tanto o presidente Rodrigo quanto o presidente Eunício estão conduzindo com muita capacidade, competência e espírito público. Não seria uma situação ínfima como essa que traria qualquer transtorno à evolução e ao andamento das pautas de interesse da nação que se encontram aqui no Parlamento."

Nesta quarta, Maia voltou a direcionar críticas ao governo Temer, em entrevista ao blog da jornalista Andréia Sadi, da Globo News. " Os caras querem tudo. Querem ser protagonistas de tudo, agora até de pauta do Congresso. Não estou batendo, estou colocando limites", declarou.

Ele afirmou ainda que o presidente Temer sugeriu a criação de imposto exclusivo para financiar a segurança pública. Questionado sobre a proposta, Marun desconversou. "Não tenho conhecimento de nada nesse sentido. Nunca ouvi falar disso", afirmou.

Temer candidato?

Marun também foi questionado sobre a possibilidade de Temer se candidatar nas eleições de outubro e respondeu dizendo que presidente "é elegível", mas atualmente não tem essa vontade.

"Claro que se ele vier, no futuro, a cogitar a possibilidade de disputar a eleição ele tem condição de fazê-lo. Mas hoje, a posição do presidente é clara no sentido de não disputar as eleições", declarou o ministro.

"Estamos muito longe das eleições ainda. Para um governo que vai ter ao todo dois anos e meio, a eleição ainda está muito distante. Temos muito o que fazer antes da eleição", acrescentou.

Pouco antes, o porta-voz da Presidência, Alexandre Parola, havia negado que a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro tenha motivação eleitoreira.

"Toda e qualquer decisão de governo é regida exclusivamente pelas reais necessidades de encontrar soluções dos problemas para o povo brasileiro. A agenda eleitoral não é e nunca será a causa das ações do presidente", disse o porta-voz em um pronunciamento de menos de dois minutos.

Ele afirmou ainda que o governo federal manterá uma conduta longe do "aplauso fácil". "O governo seguirá sua trajetória sem pautar-se pela busca do aplauso fácil, mas na rota firme nas decisões corajosas de enfrentar e resolver os dramas verdadeiros de nossa nação sem nenhuma significação eleitoral", afirmou.