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Homem apontado como um dos líderes do PCC é preso no Rio

Galã tinha atuação importante na expansão do PCC no Paraguai - Divulgação/Polícia Civil do Rio
Galã tinha atuação importante na expansão do PCC no Paraguai Imagem: Divulgação/Polícia Civil do Rio

Luís Adorno e Nathan Lopes

Do UOL, em São Paulo

28/02/2018 08h07Atualizada em 28/02/2018 10h26

A polícia do Rio prendeu, na noite de terça-feira (27), Elton Leonel Rumich da Silva, conhecido como Galã e considerado uma peça importante do PCC (Primeiro Comando da Capital).

Ele foi surpreendido por agentes da Desarme (Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos) enquanto fazia uma tatuagem em um estúdio localizado em Ipanema, na zona sul.

Segundo nota da Polícia Civil do Rio, Silva atuava no Paraguai e era apontado como o “principal líder do PCC em liberdade”.

Já segundo o MP-SP (Ministério Público de São Paulo), Galã era um dos líderes do PCC e importante traficante na expansão dos negócios da facção criminosa --tráfico de drogas e de armas-- no exterior, principalmente no Paraguai.

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No entanto, a investigação paulista descarta que ele fosse a principal liderança da facção criminosa, atualmente, em liberdade.

Segundo as investigações em São Paulo, com a morte de Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, 41, quem teria assumido a chefia do PCC fora das prisões seria o traficante Gilberto Aparecido dos Santos, o “Fuminho”, braço direito há mais de dez anos de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder máximo do grupo.

Galã é acusado de matar o "rei do tráfico" no Paraguai

Galã é acusado de ter participado do assassinato de Jorge Rafaat, em junho de 2016. Rafaat era tido como o "rei do tráfico" na fronteira entre Brasil e Paraguai.

Galã foi preso enquanto fazia uma tatuagem em um estúdio localizado em Ipanema - Divulgação/Polícia Civil do Rio - Divulgação/Polícia Civil do Rio
Galã foi preso enquanto fazia uma tatuagem em um estúdio localizado em Ipanema
Imagem: Divulgação/Polícia Civil do Rio

A morte dele tinha como objetivo o controle de parte dos negócios em território paraguaio como fornecedor de drogas na fronteira.

O assassinato de Rafaat é apontado como um dos principais motivos que desencadearam uma guerra nacional entre PCC e a facção carioca CV (Comando Vermelho). Galã também é acusado de vender armas e drogas para o CV.

Ele estava foragido e era procurado no Brasil e no Paraguai. As investigações sobre ele contaram com o apoio do setor de Inteligência da Polícia Civil de São Paulo.

Galã também será autuado pela polícia fluminense por ter apresentado documentos falsos no momento da captura.

Atentado

Galá foi alvo de um atentado, em julho do ano passado, que resultou na morte de quatro brasileiros em Pedro Juan Caballero, no Paraguai. Ele teria sido atingido por dois disparos e foi levado para uma fazenda para se recuperar.

Famosa por ser um "polo de contrabando" no Cone Sul, a cidade de Pedro Juan Caballero faz fronteira seca com Brasil e é também estratégica do ponto de vista do tráfico internacional de drogas. Após a morte de Rafaat, arquitetada e executada por membros do PCC, a região sedia uma espécie de guerra do narcotráfico.

Autoridades paraguaias consideram o PCC a maior ameaça à segurança pública do país vizinho.

Além da posição estratégica no narcotráfico da região --é o maior produtor de maconha da América do Sul e serve de entreposto para produção de pasta base de cocaína da Bolívia, Peru e Colômbia e que é traficada ao Brasil--, o Paraguai tornou-se uma espécie de refúgios de criminosos brasileiros.

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