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"Não faremos promessas que não poderemos cumprir", diz comandante do Exército

Gen. Walter Braga Netto (à esq.), comandante Eduardo Villas Boas (centro) e gen. Richard Nunes (à dir.) - Gabinete de Intervenção Federal / Divulgação
Gen. Walter Braga Netto (à esq.), comandante Eduardo Villas Boas (centro) e gen. Richard Nunes (à dir.) Imagem: Gabinete de Intervenção Federal / Divulgação

Luis Kawaguti

Do UOL, no Rio

05/03/2018 21h52

Após visitar o Rio de Janeiro e receber detalhes sobre os desafios do plano de intervenção federal na segurança, o comandante do Exército, Eduardo Villas Boas afirmou pelo Twitter compreender a ansiedade dos cariocas e disse que os militares não farão promessas que não poderão cumprir.

A declaração ocorreu no fim de um dia marcado pelo silêncio das autoridades envolvidas no processo de intervenção – exceto pela conta do Twitter de Villas Boas.

Ele anunciou pela manhã que havia chegado ao Rio para se reunir com o interventor, general Walter Souza Braga Netto, e com o secretário da Segurança Pública, o general Richard Nunes.

O encontro aconteceu no Centro Integrado de Comando e Controle. Villas Boas foi apresentado à equipe do interventor e recebeu detalhes do plano que está sendo implementado para tentar tirar o Rio da crise de segurança.

Ele saiu sem falar com a imprensa mas logo em seguida fez outra publicação no Twitter afirmando que “o planejamento e as ações em andamento (em) breve serão percebidas pelas sociedade carioca”. Ele também pediu união para que a “janela de oportunidade” da intervenção federal não seja perdida.

A ministra do Supremo Tribunal Federal, Carmem Lúcia, também esteve na cidade – para visitar uma unidade prisional e o Tribunal de Justiça – e saiu sem dar declarações públicas sobre a intervenção. O mesmo ocorreu com o Chefe do Gabinete de Segurança Institucional Sérgio Etchegoyen, que foi ao Rio dar uma palestra para um grupo de maçons. A entrada da imprensa não foi permitida.

No fim da tarde, o comandante do Exército fez uma nova publicação na rede social: “Compreendo a ansiedade de todos que vivem a insegurança pública aqui no RJ. Não faremos promessas que não poderemos cumprir. Oferecemos muita dedicação e trabalho e esperamos a cooperação dos diversos atores nesta pesada missão”.

Segundo membros das Forças Armadas que falaram ao UOL sob anonimato, a intervenção estaria em uma fase de planejamento – por isso mudanças concretas ainda não seriam visíveis. O decreto que instituiu a intervenção foi assinado em 16 de fevereiro.

Eles avaliam que, mais que fazer operações nas ruas, um dos grandes desafios do interventor será fazer mudanças administrativas que forneçam melhores condições de trabalho para os policiais do Rio.

Se a capacidade das polícias de operar for recuperada, esses militares avaliam que a possível melhora na segurança no Rio pode perdurar além do período de intervenção.

Porém, eles dizem estar conscientes de que essa não será uma tarefa simples e que as eventuais melhorias deverão ser analisadas em relação ao tempo limitado da intervenção. Também sabem que a imagem das Forças Armadas pode ser afetada pelo resultado do processo.