Novo comandante da PM do Rio defende preservação da vida de policial e agressor
Em sua primeira fala como comandante da Polícia Militar do Rio de Janeiro, o coronel Luiz Claudio Laviano defendeu nesta quarta-feira (7) a preservação das vidas de policiais, cidadãos e agressores. Já o novo chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa, afirmou que "quem não estiver integrado não pertencerá à nossa equipe".
"Nós, policiais, homens de bem, estamos unidos para preservar o maior bem do ser humano: a vida do policial, a vida do cidadão, a vida do agressor. Policiais nas ruas, atentos ao serviço, preservando a vida do cidadão", declarou Laviano, que já comandou o Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais).
A declaração de Laviano acontece pouco mais de um mês após o Estado do Rio de Janeiro bater recorde de mortes pelas polícias. Em janeiro, ao menos 154 pessoas foram mortas por policiais militares e civis, segundo dados do ISP (Instituto de Segurança Pública). O número é o maior registrado em um mês no período de 15 anos.
Em 2017, 134 policiais militares foram assassinados no Estado e outras 1.124 pessoas morreram em confrontos com a polícia no mesmo período.
O discurso foi feito a jornalistas nesta quarta no CICC (Centro Integrado de Comando e Controle). Também fizeram pronunciamentos o novo chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa, e o secretário da Segurança, general Richard Nunez. Não foram permitidas perguntas da imprensa.
Antes, Nunez teve a primeira reunião oficial com os dois novos chefes de polícia. Segundo interlocutores, entre os assuntos mais discutidos estavam soluções rápidas para questões urgentes de infraestrutura, como viaturas e UPPs.
Ainda nesta quarta, Nunez também se reuniu com a cúpula da segurança. Estavam presentes membros da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), do Ministério Público e das três Forças Armadas (Marinha, Exército e Aeronáutica), além de subsecretarias da Segurança do Rio. O objetivo da reunião foi apresentar as novas estruturas de comando das polícias.
"Transformação" das polícias
Rivaldo Barbosa enfatizou três aspectos da nova gestão: a integração "completa" das polícias, o respeito aos direitos e garantias individuais de todos dos cidadãos e a união das esferas municipal, estadual e federal.
"[Vai haver] uma integração plena das polícias", afirmou Barbosa, acrescentando que os agentes que não estiverem confortáveis com a situação não farão parte da equipe.
Nunez declarou que a escolha de Laviano e Barbosa se deu porque ambos são oficiais que vão liderar a "transformação" das polícias.
"São pessoas da minha inteira confiança com quem eu já tinha travado contato anterior, que foram escolhidos pela competência profissional e pela certeza de que vão liderar esse esforço de transformação dessas instituições", disse o secretário da Segurança.
De acordo com interlocutores, o GIF (Gabinete da Intervenção Federal) já tem diagnóstico completo sobre as UPPs, centros de logística, inteligência e armamentos. Os passos dos novos chefes das polícias, agora, são definir as prioridades e custos do investimento em infraestrutura.
Trocas de comandos dos batalhões e delegacias também serão feitas em breve, segundo o UOL apurou.
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