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Tiroteio mata dois no RJ; polícia apura confronto entre milícia e tráfico

Movimentação no centro de Itaguaí (RJ), momentos após morte de dois homens a tiros - Reprodução/Twitter
Movimentação no centro de Itaguaí (RJ), momentos após morte de dois homens a tiros Imagem: Reprodução/Twitter

Fabiana Marchezi

Colaboração para o UOL

04/05/2018 18h17

Dois homens foram mortos a tiros, na manhã desta sexta-feira (4), durante um ataque de criminosos armados com fuzis em uma movimentada rua do centro de Itaguaí, na região metropolitana do Rio de Janeiro. De acordo com o Corpo de Bombeiros, Renato do Rosário Braz, de 39 anos, e Wallace Matias Xavier, de 45, morreram na hora, ao serem baleados repetidamente enquanto andavam pela calçada. A polícia acredita que as vítimas tinham ligação com uma cooperativa de transporte alternativo.

O UOL apurou que a Polícia Civil investiga uma guerra entre milicianos e traficantes de drogas que agem na região, envolvendo o transporte e outros serviços da cidade. A corporação, entretanto, afirma que não há relação entre o conflito e a morte dos homens.

Segundo a Polícia Militar, o ataque contra Renato e Wallace aconteceu por volta das 8h30, na Rua Doutor Curvelo Cavalcante. De acordo com relatos de testemunhas à corporação, ocupantes de uma picape preta passaram pelo local efetuando disparos de fuzis na direção das vítimas. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF).

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    Também na manhã desta sexta-feira (4), motoristas de vans que fazem o transporte de passageiros no município realizaram uma manifestação na porta da prefeitura da cidade, em protesto contra a onda de violência no município. A manifestação aconteceu um dia depois de cinco vans serem incendiadas, no Arco Metropolitano, por homens fortemente armados.

      Ao UOL, a polícia afirmou que o ataque às vans seria uma forma de retaliação à morte de um criminoso, durante troca de tiros com a polícia, ainda nesta semana. Nesta sexta, motoristas de vans receberam ordens de traficantes para não rodar na cidade, motivando a reivindicação de mais segurança feita durante a manifestação da classe.

      Procurada para falar sobre os casos, a assessoria da Prefeitura de Itaguaí disse que o problema está relacionado à segurança pública e que não vai se pronunciar. O UOL procurou a assessoria de imprensa da Polícia Civil, mas foi informado de que as apurações estão se iniciando e que ainda não há o que comentar.

      Reações de Itaguaí ao ataque - Reprodução/Twitter - Reprodução/Twitter
      Imagem: Reprodução/Twitter

      Toque de recolher

      Nas redes sociais, moradores assustados comentaram um suposto toque de recolher que estaria sendo imposto por traficantes via WhatsApp. Relatos de aulas suspensas e comerciantes da região central fechando mais cedo suas portas foram frequentes.

      A assessoria de imprensa da Polícia Militar, entretanto, desmentiu em nota a existência de qualquer ameaça criminosa à população, afirmando que policiais do 24º BPM (Queimados) estão nas ruas para garantir a segurança dos moradores. “Não temos informações de toque de recolher na localidade”, concluiu.