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Greve de caminhoneiros afeta transporte público nas capitais nesta sexta (25)

24.mai.2018 - Movimentação de passageiros no terminal de ônibus de Santo Amaro, na Zona Sul de SP, no 4º dia de protestos dos caminhoneiros. - Marcelo Justo/Folhapress
24.mai.2018 - Movimentação de passageiros no terminal de ônibus de Santo Amaro, na Zona Sul de SP, no 4º dia de protestos dos caminhoneiros. Imagem: Marcelo Justo/Folhapress

Do UOL, em São Paulo e no Rio

25/05/2018 06h37Atualizada em 25/05/2018 14h04

A paralisação dos caminhoneiros, que já dura cinco dias, afeta de maneira mais intensa o transporte público nas capitais brasileiras nesta sexta-feira (25). Os bloqueios nas estradas estão impedindo que o óleo diesel, que faz os ônibus rodarem, chegue às empresas. Cidades como São Paulo e Rio estão entre as mais afetadas.

Ontem à noite, o governo federal anunciou que foi fechado um acordo para suspender a greve dos caminhoneiros por 15 dias. Mesmo assim protestos continuam acontecendo pelo país nesta sexta-feira. Os motoristas disseram que não deixarão as rodovias porque o acordo não atinge as suas principais reivindicações da categoria para que haja uma redução no preço do combustível.

São Paulo

A Prefeitura de São Paulo autorizou as empresas a diminuírem a frota de ônibus em 40% por volta das 10h. Segundo a SPTrans, às 13h, a cidade contava com 46% da frota prevista para o horário. O rodízio de veículos foi suspenso pelo segundo dia seguido, com isso, carros com placas finais 9 e 0 estão liberados. O trânsito na capital paulista, porém, ficou dentro da média prevista para o início da manhã.

A falta de ônibus é mais crítica nos bairros mais afastados do centro da cidade, segundo a SPTrans. Os mais afetados são:

  • Zona sul: Varginha, Grajaú, Capão Redondo, Parelheiros e Jardim Angela;
  • Zona norte: Santana, Cachoeirinha, Pirituba, Perus;
  • Zona oeste: Morumbi, Butantã;
  • Zona leste: São Miguel, Penha, Carrão, Cidade Tiradentes, Cidade A.E. Carvalho;

O metrô e trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) estão operando com 100% da sua capacidade também nos horários de entrepico, quando normalmente há menos composições. O objetivo é compensar a ausência de parte dos ônibus.

Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, é preciso aguardar o desbloqueio das estradas e a consequente chegada dos combustíveis até as bombas para que os ônibus possam ser abastecidos.

Segundo a prefeitura, além do transporte público, a greve dos caminhoneiros afeta o serviço de coleta de lixo. A domiciliar, que recolhe lixo comum e reciclável, está suspensa. A gestão orienta os paulistanos a não colocarem o lixo nas ruas até que seja retomada a operação dos caminhões. Limpeza de pós feiras, recolhimento de animais mortos e coleta de resíduos hospitalares estão mantidos.

A falta de abastecimento ainda não afeta o funcionamento das ambulâncias do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).

A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) liberou que caminhões transitem a qualquer hora nas áreas que tem restrições a circulação desse tipo de veículo, geralmente onde há núcleos de comércio e de serviços, para "garantir o abastecimento de serviços essencias". Em dias normais, caminhões só podem circular nessas regiões de segunda a sexta, das 5 às 21h, e aos sábados, das 10 às 14h.

A ZMRF (Zona de Máxima Restrição ao Fretamento), que limita os horários que os veículos fretados podem circular, o serviço de Zona Azul e as regras de circulação em faixas e corredores de ônibus, permanecem os mesmos, informa o órgão.

Grande SP, interior e litoral

Na Grande São Paulo, os ônibus que compõem o sistema gerido pela EMTU operam com 85% da frota das concessionárias. Principais cidades do interior de São Paulo também sofrem com o desabastecimento causado pela greve dos caminhoneiros. Em Sorocaba, 180 mil usuários ficaram sem transporte por causa do fechamento dos terminais de embarque e áreas de transferência, às 8h. A expectativa é de que os voltem a circular somente às 17h.

Em Campinas, as linhas de ônibus metropolitanos circulam com 50% da frota. Em Jundiaí, houve 40% de redução na frota. Em Ribeirão Preto, os horários das linhas foram alterados. Em São José dos Campos e São José do Rio Preto, os ônibus rodam com a frota reduzida entre os horários de pico.

Na Baixada Santista, o sistema opera com 60% da frota.

Rio de Janeiro

Na capital fluminense, a Rio Ônibus informou que apenas 47% dos ônibus que atendem o município estão circulando.

No Estado, de acordo com a Fetranspor (Federação das Empresas de Transporte de Passageiros), metade dos mais de 23 mil coletivos intermunicipais não saíram da garagem por falta de diesel. "Só 50% da frota está rodando, não tem combustível e só resta esperar o caminhão chegar nas garagens", explicou o órgão, em nota.

O BRT Rio opera com apenas 43% da frota nesta sexta-feira. Apenas dez das 26 linhas dos sistemas Transoeste, Transcarioca e Transolímpica estão circulando desde 4h desta e 40 estações sequer abriram as portas.

As estações estão localizadas no eixo da avenida Cesário de Melo (em Santa Cruz, na zona oeste) e no trecho entre Madureira e o aeroporto do Galeão (zona norte). As linhas do BRT em funcionamento são: 10; 12; 21A e 25 (Transoeste); 35; 40; 41 e 50 (Transcarioca); e 51 e 53 (Transolímpica).

As empresas que operam o metrô fluminense e o VLT Carioca estão funcionando normalmente.

A Supervia, responsável pelos trens, informou que será necessário reajustar a grade de horários das extensões Guapimirim e Vila Inhomirim, na Baixada Fluminense, pois as locomotivas são movidas a óleo diesel. A concessionária divulgou ainda que "algumas viagens" serão suprimidas. Não haverá circulação no fim de semana.

A Rodoviária Novo Rio alerta que algumas viagens podem sofrer alterações nos horários e recomenda que os passageiros busquem informações sobre o deslocamento até a rodoviária, na região central da cidade, antes de comprar passagem. Até o momento, não há registro de viagens canceladas.

Belo Horizonte

A circulação dos ônibus em Belo Horizonte foi reduzida em 50% e as linhas que atendem a capital e 34 municípios da região metropolitana foram diminuídas em 45% desde ontem. As estações de ônibus urbanos ficaram lotadas nesta sexta-feira. Os veículos saem tão cheios, que não param nos pontos durante o trajeto até o seu destino por falta de espaço.

Na estação BHBus Pampulha, uma das mais movimentadas da cidade, passageiros revoltados com os atrasos colocaram fogo em objetos e fecharam a avenida Pedro 1º, interrompendo o trânsito entre a Pampulha e o centro. Moradores de Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte, também colocaram fogo em um carro e queimaram pneus em protesto contra a falta de ônibus. O protesto ocorreu na BR-040, que teve o trânsito interrompido.

Recife

Os recifenses amargam o terceiro dia consecutivo de redução na frota do transporte público da cidade por causa da greve dos caminhoneiros. Nesta sexta-feira, 50% dos ônibus municipais não circularam no início da manhã.

No Terminal Integrado Joana Bezerra, um dos maiores da capital pernambucana, não havia sequer ônibus circulando às 6h30, quando costuma ficar lotado de passageiros.

Porto Alegre

Porto Alegre - José Carlos Daves/Futura Press/Estadão Conteúdo - José Carlos Daves/Futura Press/Estadão Conteúdo
Por causa da greve dos caminhoneiros, os ônibus de Porto Alegre estão funcionando com redução de horários
Imagem: José Carlos Daves/Futura Press/Estadão Conteúdo
Na capital gaúcha, a EPTC (Empresa Pública de Transporte e Circulação) repete o mesmo esquema adotado na quinta-feira para atender aos passageiros da cidade.

A operação é normal nos horários de pico, que em Porto Alegre vai das 4h30 às 8h30 e das 17h às 19h30.

No entrepico, os ônibus passarão com intervalo de uma em uma hora. As lotações foram autorizadas a transportar passageiros de pé e a circular nos corredores de ônibus fora dos horários de pico.

Brasília

As quatro empresas do transporte público que atendem a maior parte da população operaram normalmente, segundo o governo do Distrito Federal. Outra companhia vai operar apenas das 5h às 9h e das 16h às 20h com 70% da frota. Uma sexta empresa de ônibus roda com 70% da frota o dia inteiro.

Salvador

Apesar de ainda ter combustível para atender a população nesta sexta, a Semob (Secretaria Municipal de Mobilidade) decidiu reduzir a frota para 80% como estratégia para economizar diesel. A pasta informou que a decisão foi tomada porque a cidade amanheceu com menos gente na rua e, por isso, a demanda por transporte público diminuiu.

Segundo a Semob, está mantida a redução na frota prevista para este sábado (26), quando apenas 50% dos ônibus devem circular na cidade nos horários de pico e 40% nos outros períodos. A porcentagem deve cair para 30% no domingo (27).

A previsão é que na próxima segunda-feira, 80% dos ônibus estejam nas ruas nos horários de pico – que em Salvador vai das 5h às 8h e das 17h às 19h. O número deve ser reduzido pela metade no entrepico.

Maceió

Na capita de Alagoas, a frota de ônibus circula com corte de 10%. Não falta combustível em postos até o momento, mas o preço subiu esta semana e chega a uma média de R$ 3,59.

Natal

Os ônibus circulam com redução de 30%. Já o transporte intermunicipal teve um corte de 40%.

João Pessoa

Motoristas de transportes escolares e motoboys fecharam a garagem da empresa Transnacional, mas liberaram por volta das 9h. Com isso, João Pessoa ficou sem ônibus durante o início da manhã. Falta combustível em muitos postos

Teresina

A frota de ônibus foi reduzida em 30% na capital piauiense. Também falta gás de cozinha nas revendedoras. Os motoristas do aplicativo Uber fazem protesto no terminal de petróleo, o que faz com que já comece a faltar gasolina em postos.